O SILENCIO DE DEUS

De maneira geral Deus faz promessas aos seus filhos. Não me refiro aqui àquelas de caráter coletivo, mas principalmente às específicas e individuais, aquelas que se referem a questões de vida pessoal, profissional, financeira e ministerial.

Tais promessas, em primeira instância trazem muito ânimo, impulso, disposição para o trabalho e muita esperança.

Quando o tempo que separa as promessas do seu devido cumprimento é curto, tudo bem, mas quando se alonga esse tempo, muitos entram em desespero e até mesmo depressão.

Nisso também se cumpre a Palavra de Deus que diz:

A esperança demorada enfraquece o coração, mas o desejo chegado é árvore de vida. Provérbios 13: 12.

O problema é que entre uma promessa e seu cumprimento, há todo um processo que é da competência única e exclusiva dos mistérios e da providência divina.

Entre os sonhos de José e a posse na cadeira de governador no Egito, muitas águas rolaram. Inveja, traição familiar, escravidão, tentações e prisão. Tudo isso fez parte da trajetória de provas do servo de Deus. Note que a própria Bíblia relata que, em cada uma das situações citadas, Deus estava com ele e lhe dava vitórias, acontece, porém, que não havia mais promessas nem sonhos como no início. Cabia a José continuar confiando, ou seja, crendo e esperando naquilo que Deus havia prometido através dos sonhos na sua juventude.

Vejamos o caso de Moisés!

Entre a faculdade de Faraó e a experiência da sarça no deserto, quantas precipitações, desilusões e decepções foram sofridas.

Mesmo Davi, ungido rei pela soberana vontade de Deus, quantos anos teve que amargar a inveja, bem como os ataques de Saul contra sua própria vida, até que assumisse o trono?

Nesse hiato, quando Deus aparentemente está em silêncio, na realidade está falando e falando muito alto.

É difícil manter a fé e a tranquilidade nessa hora. É preciso olhar para o alvo sem pestanejar. É uma prova de paciência e resistência.

Na verdade Deus está a nos ensinar o caminho das pedras, ou seja, está a nos ensinar o seu próprio caminho, está a nos mostrar os erros que não devemos cometer, e quais as conseqüências se assim o fizermos, e também a nos ensinar como agir em situações difíceis, enfim, está a nos ensinar a ajudar outros quando passarem pela mesma situação de espera.

Esse aparente silêncio de Deus é o tempo da maturação, do descanso da massa, da poda dos galhos exagerados, da quebra da ansiedade, do orgulho, do desejo da fama, enfim, é a faculdade dos campeões de Deus.

O apóstolo Paulo falando a Timóteo sobre a imposição de mãos para o ministério disse:

Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. 1 Timóteo 3:6

Paulo queria dizer exatamente isso: inexperiente, afoito, ainda deslumbrado com as emoções, orgulhoso, soberbo.

Tudo isso é quebrado e repreendido nesse tempo de maturação.

Quando acharmos que passou a hora, e não tivermos mais falsas e humanas ilusões com o que é santo e prometido por Deus, aí sim é que está verdadeiramente na hora.

Assim como aconteceu com Moisés e com Gideão, nessa hora Deus vai se manifestar em voz audível.

Vai nessa tua força, varo valoroso.

Soli Deo Glória

Pr. Carlos Roberto