O QUE É PECADO PARA A IGREJA DE HOJE?

O QUE É PECADO PARA A IGREJA DE HOJE?

As notícias, informações em geral, leitura dos blogs, e até mesmo conversas em particular com alguns companheiros de ministério, assustam-me sobremaneira, quando sinto no ar e às vezes vejo com os próprios olhos, a velocidade com que o relativismo avança em nossas igrejas.

Os pecados da inveja, ciúme, contenda e guerra pelo poder, ao que parece não mais são considerados pecado, tal é a influência que têm em nosso meio.

Por esses motivos, ministérios são ceifados precocemente, outros perdem até a própria vida, atingidos por doenças como infarto, derrame, estresse e outras mais.

Igrejas e ministérios sofrem divisões e mais divisões e tudo isso em nome de Deus. Por um lado a insubmissão se reflete em rebeliões e por outro o autoritarismo de líderes eclesiásticos que se tornam verdadeiros ditadores, totalmente desprovidos dos princípios da mordomia cristã que deveria nortear a vida de um verdadeiro ministro do evangelho.

Qual o valor dado à Palavra de Deus que insiste em nos advertir contra essas coisas, senão vejamos:

Andemos honestamente, como de dia, não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja. Romanos 13: 13.

Porque ainda sois carnais, pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois, porventura, carnais e não andais segundo os homens? 1 Coríntios 3: 3

Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa mente; Filipenses 1: 15.

Porque também nós éramos, noutro tempo, insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros. Tito 3: 3.

Mas, se tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Tiago 3: 14.

Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa. Tiago 3: 16.

Se isso não é pecado, então o que será pecado em nosso meio?
Não estaríamos nós banalizando a Graça de Deus? O mesmo texto bíblico que fala da manifestação dessa maravilhosa graça, fala de renúncia do pecado, exortação, repreensão, autoridade, zelo e boas obras, senão vejamos:
A graça da salvação há de manifestar-se a todos, e Tito deve falar dela
Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, o qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniqüidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras. Fala disto, e exorta, e repreende com toda a autoridade. Ninguém te despreze. Tito 2: 11-15.

O rebanho do Senhor, não é nem deve ser considerado propriedade nossa, particular ou coisa semelhante, pois somos apenas mordomos e por essa mordomia prestaremos contas diante do verdadeiro dono.

No livro do profeta Amós, o Senhor reclama do seu povo, tanto em Israel quanto em Judá, a satisfação desenfreada com as regalias, prosperidade e o bem estar próprio, e a negligência quanto ao pecado. Por esse motivo, anuncia na mesma profecia juízo contra aquela nação. Amós 6: 1-14.

Problemas que envolvem a liderança das Igrejas, como administração fraudulenta, apropriação indébita, desvios e outras coisas mais, refletem diretamente na vida do povo.

A liderança, por essas questões fica desprovida de autoridade espiritual para corrigir e por outro lado, muitos crentes entram pelo mesmo caminho, só que dando pequenos golpes, proporcionais à suas condições, porém, com efeitos não menos funestos.

São pessoas praticando os chamados “gatos”, que em outras palavras quer dizer roubo mesmo nos relógios de fornecimento de água, energia elétrica, e até mesmo em cabos de TV por assinatura. É uma verdadeira miséria no meio do povo de Deus. Não escrevo isso com alegria ou mesmo com ira, mas com tristeza no coração, por ver o pecado infiltrado entre nós com tanta naturalidade.

Depois quando a imprensa vem contra nós, julgamos ser perseguição religiosa. Entendo muito mais como juízo de Deus. É o exército de Deus, formados por gafanhotos, pelos elementos da própria natureza e hoje até pela própria imprensa.

E restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto, e a locusta, e o pulgão, e a oruga, o meu grande exército que enviei contra vós. Joel 2: 25.

Que Deus tenha misericórdia de nós!

Há poucos dias, visitando o Blog LIBERDADE É PENSAR, editado por LEANDRO TEIXEIRA, onde está postado uma série de artigos sob o tema “O Jovem Cristão e o Sexo”, especificamente na PARTE 6, uma comentarista se manifesta praticamente ofendida, com o fato de o articulista declarar ser pecado o sexo antes do casamento, e ainda posta sua auto-pergunta: Como pode alguém pensar assim em pleno século XXI?

Meus irmãos, verdadeiramente é o fim dos tempos, Jesus está às portas para buscar a sua Igreja. O que será que essa jovem aprendeu, e com quem aprendeu, se é que aprendeu? O que é que se ensina, ou não se ensina em sua Igreja? Essas são perguntas que perturbam minha mente. Onde é que vamos parar?

Recentemente, compartilhando com um jovem pastor que assumira uma Igreja, estava ele em angústia, pois as irmãs, na referida igreja, cantam nos grupos musicais trajando vestes sensuais, digo calças apertadas e decotes indecentes. Não me refiro aqui a usos e costumes de cada igreja, mas ao pecado da desonestidade. Assim como no caso em tela são calças compridas, também poderiam ser vestidos ou saias indecentes.

Ainda que, compreendendo que de um lado existam radicalismo e de outro, resistência sobre a manutenção do tema usos e costumes, entendo que eles existem de fato e isso faz parte da cultura de um povo ou denominação. A própria Bíblia esclarece que com o tempo eles deixarão de existir (Colossenses 2: 21-23), porém em quanto existem, existem. Contra fatos não há argumentos. Gerações inteiras acreditaram assim, e qualquer coisa em contrário tornar-se-á em desobediência e escândalo, o que da mesma forma é pecado. (1º Cor. 8: 13).

A pluralidade de igrejas e ministérios com flexibilidade para conter exageros e acomodar as situações de afinidade, já somam ao exagero, de forma que ninguém deixará de congregar por essas amenidades, mas pecado é pecado em qualquer igreja, denominação ou lugar do mundo.

O que diz a Bíblia sobre isso?

Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos, 1 Timóteo 2: 9.

Na parte “b” do versículo, a questão é um tanto mais complexa, pois se referia na época, até mesmo a práticas de idolatria, o que não seria nosso caso hoje, mas quanto à primeira parte, ou seja, a parte “a”, não há o que discutir, pois só existem dois tipos de trajes em qualquer época: o honesto ou o desonesto.

Por outro lado, já temos pastores também com problemas por não poderem disciplinar casais de namorados que dormem juntos, ou melhor, não dormem, antes dormissem, na verdade praticam a fornicação, o que a bíblia proíbe veementemente. A propósito aconselho a leitura do blog REFLEXÕES SÕBE QUASE TUDO, especialmente o artigo E O FUTURO DA SEXUALIDADE CRISTÃ, do Ev. Daladier Lima.

Analisemos esse texto:

A impureza da igreja de Corinto. Repreensões e exortações
Geralmente, se ouve que há entre vós fornicação e fornicação tal, qual nem ainda entre aos gentios, como é haver quem abuse da mulher de seu pai. Estais inchados e nem ao menos vos entristecestes, por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação. Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei, como se estivesse presente, que o que tal ato praticou, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo, seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus. Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa? Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Pelo que façamos festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade. Já por carta vos tenho escrito que não vos associeis com os que se prostituem; isso não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas, agora, escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais. Porque que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro? Mas Deus julga os que estão de fora. Tirai, pois, dentre vós a esse iníquo.

Não entendo exortação como "porrete para matar", mas como um incentivo à prática das boas obas, assim como não entendo a disciplina como um “tiro de misericórdia”, mas como um regime de restauração com o devido acompanhamento pastoral.

No passado, erramos muito, quando ao disciplinarmos uma pessoa, a deixávamos “jogada às traças”. Algumas caíam definitivamente no mundo. Não podemos abrir mão de ajudar o soldado ferido e de oferecer-lhe restauração, no entanto, deixar com que ele morra no pecado, sem arrependimento, confissão e tratamento espiritual já é outro pecado. A Igreja é o hospital para restauração dos feridos. Confissão, arrependimento, oração e ministração da Palavra são os remédios. Pregar, cantar ou tocar não restauram o pecador.

No velho testamento, Israel perdeu batalhas pelo pecado de Acã, ao esconder duzentos ciclos de prata, uma cunha de ouro e uma boa capa babilônica. Israel permaneceu perdendo, até que o pecado foi descoberto e confessado. Josué 7: 21

Davi era um homem segundo o coração de Deus, não pelos pecados que cometeu, mas por confessar, se arrepender e passar pela disciplina, independente de quem era ou representava. Salmos 51

Já na era da nova aliança, Ananias e Safira foram fulminados, não por terem contribuído em valor inferior, mas pelo pecado da mentira combinada conjugalmente, e por isso houve grande temor no meio da Igreja. - Atos dos Apóstolo 5: 1-11.

Apenas para dar uma pausa neste ensaio que não quer encerrar, meditemos no seguinte texto:

As obras da carne e o fruto do Espírito
Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei. Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei.

Deixo a seguinte pergunta minha própria, bem como para nossa reflexão:
Em nossa época vale tudo?

Que Deus tenha misericórdia de nós!

Com temor e tremor, diante d'Aquele que um dia julgará a todos!

Pr. Carlos Roberto