ESPERANDO A VOLTA DE JESUS por Pr. Adaylton de Almeida Conceição
Mateus 24.42-46: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o
vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília
da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por
isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora
em que não penseis. Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o seu senhor
constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo que o seu senhor, quando
vier, achar servindo assim”.
A
Bíblia Sagrada em diversos textos bíblicos exorta os crentes a não perderem a
esperança na vinda de Cristo, pois uma característica dos falsos mestres a
nublar a visão do crente quanto a este importantíssimo ponto doutrinário.
Uma
das características dos últimos dias é a falta de preocupação com a volta de
Cristo, esta que é a mensagem que mais se insiste no Novo Testamento. Esta
despreocupação é, aliás, um sinal da vinda do Senhor, conforme lemos em Mateus 24.37-39,44.
ESPERANDO A
VOLTA DE JESUS
Antigamente, em muitas igrejas se escutava o grito:
"Cristo está voltando!". Aos ouvidos dos crentes, isto soava como um
temor, pois Ele podia voltar a qualquer momento. Hoje, raramente se ouve na
igreja. Não me lembro bem quando foi a ultima vez que ouvi uma pregação da
volta de Jesus! Como resultado, quando olho o corpo de Cristo, vejo pouca
expectativa pela breve volta do Senhor. É triste, mas só uns poucos e fiéis
servos parecem desejar e querer apressar a Sua manifestação.
Na verdade, há uma nova mentalidade quanto a esse
assunto entre muitos cristãos. A ideia
é: "Jesus não está voltando. Ouvimos isso há anos. De todas as profecias
que precisam se cumprir antes de Sua vinda, só poucas se realizaram. Por que
devemos esperar a Sua volta?
Então qual é a minha responsabilidade, como
cristão, para que isso não aconteça? para que as pessoas não possam pensar
desta maneira. O que devo me lembrar sempre?
Em 2 Pedro
3:1-13, nos versículos de 1 à 7 diz: " (v.1) "Amados, esta é, agora, a segunda epístola que vos escrevo; em ambas,
procuro despertar com lembranças a vossa mente esclarecida, (v.2) para que vos recordeis das palavras que, anteriormente, foram ditas
pelos santos profetas, bem como do mandamento do Senhor e Salvador, ensinando
pelos vossos apóstolos, (v.3) tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão
escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões
(v.4) e dizendo: Onde está a
promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas
permanecem como desde o princípio da criação.(v.5) Porque, deliberadamente, esquecem que, ao longo do
tempo, houve céus bem como terra, a qual surgiu da água e através da
água pela palavra de Deus, (v.6) pela qual veio a perecer o mundo daquele
tempo, afogado em água. (v.7) Ora, os céus que agora existem e a
terra, pela mesma palavra, tem sido entesourados para fogo, estando reservados
para o Dia do Juízo e destruição dos homens ímpios.”
Estamos vivendo os momentos finais da igreja sobre
a terra e o Senhor nos quer atentos, vigilantes, para este grande momento: “A volta do Senhor Jesus”. Devemos amar a Sua vinda,
esperando com fé e mantendo-nos vigilantes, pois o dia e a hora não se sabe,
nem os anjos,... somente o Pai (Mt 24:36).
No
texto de João 14:1,2,3, o próprio Senhor Jesus fala que ele mesmo iria nos
preparar moradas celestiais, desejando a nossa presença ao seu lado. No cap.
17:24 de João, Jesus mostra o quanto nos ama e pede ao Pai que onde ele estiver
nós estejamos com Ele para que vejamos a Sua Glória. Hebreus 13:14 diz que
neste mundo não temos cidade permanente, mas buscamos a futura que Jesus foi
preparar, nos Céus.
Já
o texto em Atos 1:9 a 11 mostra a promessa da volta do Senhor e a certeza
que temos, declarada pelos anjos, quando afirmam para os seus discípulos: “…
Esse Jesus que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como
para o céu o vistes ir”.
A BEM-AVENTURADA ESPERANÇA – CRISTO VEM
“Aguardando a bem-aventurada esperança e o
aparecimento da glória do grande Deus e
o nosso Senhor Jesus Cristo”. Tito 2.13
O QUE NÃO É A BEM AVENTURADA ESPERANÇA?
A bem-aventurada esperança
não é a conversão.
Na conversão, Jesus entra no nosso coração.
Paulo tinha Jesus no seu coração quando nos escreveu; mas ainda estava
aguardando a sua volta.
A bem-aventurada esperança
não é o Pentecoste.
O Dr. Leslie, do City Temple, Londres,
disse que as Escrituras, que falam da volta de Cristo se cumpriram plenamente, com
o derramamento do Espírito Santo, no dia de Pentecostes. Mas, depois da descida
do Espírito Santo, descobri que há dezenas
referencias sobre a vinda do Senhor, como algo que ainda aconteceria.
A bem-aventurada esperança
não é a Morte.
Davi disse no momento de sua morte: “Tu
estás comigo”; Paulo disse que; “ ...estar ausente do corpo é está
presente com o Senhor”. O Dr Bob Jones, disse: “Durante toda a minha
mocidade pensei que a morte era a vinda do Senhor, porém a Bíblia chama
claramente a morte de um inimigo, e a vinda do Senhor é a vinda de um Amigo”.
O QUE É A BEM-AVENTURADA ESPERANÇA?
A Bem-aventurada esperança é a volta literal, visível e
corpórea do nosso Senhor Jesus Cristo, para arrebatar os crentes verdadeiros,
para um encontro com Ele nos ares. Muitos não compreendiam expressões tais
como: “Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão que não
provarão a morte até que vejam vir o Filho do Homem no Seu reino” (Mat.
17.28); “Porque em verdade vos digo
que não acabareis de per-correr as cidades de Israel sem que venha o Filho do
Homem” (Mat. 10.23). Eles creram que Jesus voltaria em sua geração.
...MARANATA.
Martinho Lutero disse: “O mundo corre tão apressadamente para o
seu fim, que fico assombrado com o pensa-mento que o último dia romperá antes
de que eu completar a tradução das Sagradas Escrituras”. No ano de 1534 ele
havia traduzido ambos os Testamentos. Outros marcaram datas para a vinda de
Cristo...
"Mas a respeito daquele dia e
hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai” (Mateus 24:36)
Jesus
continua essa afirmação com uma palavra qualificativa: “Pois...” (24:37). Ele prossegue para descrever
como será a conduta prevalente da humanidade quando do Seu retorno. Ele não nos
deu a data da Sua vinda, mas efetivamente nos diz como será a sociedade de
então.
Ele
a seguir traz algo das escrituras:
“Porquanto,
assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se
em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão
quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do
homem” (24:38-39).
Jesus
também menciona o tempo de Ló:
“O mesmo
aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e
edificavam; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre
e destruiu todos. Assim será no dia em que o Filho do homem se manifestar” (Lucas 17:28-30).
Jesus
Falou de um Grande e Súbito Desaparecimento de Pessoas da Terra
“Naquela noite, dois estarão numa cama; um
será tomado, e deixado o outro; duas mulheres estarão juntas moendo; uma será
tomada, e deixada a outra. Dois estarão no campo; um será tomado, e o outro,
deixado” (Lucas 17:34-36).
Os discípulos de Jesus perguntaram,
“Para onde estas pessoas serão levadas?”.
Ele respondeu,
“Onde estiver o corpo, aí se ajuntarão também as águias” (17:37).
Ele estava dizendo,
“Eu sou o
cabeça do corpo. E a cabeça irá ser unida ao corpo”.
COMO DEVEMOS ESPERAR A VINDA DO SENHOR? QUAL DEVE SER A ATITUDE DA
IGREJA?
A Igreja deve estar sob a expectativa da vinda do
Senhor a qualquer momento. Somente um crente que assim agir, santificar-se-á e
estará pronto para ver a face gloriosa do Senhor nos ares – (Mt.25:46; Ap.16:15).
A celebração da
ressurreição de Jesus nos faz olhar para trás. Relembramos o seu sacrifício,
sua ressurreição e sua ascensão. Mas, as comemorações da ressurreição nos
motivam a olhar para frente: a segunda vinda de Cristo. E a certeza a vinda de
Jesus e do juízo final devem impactar a nossa vida cristã.
O texto de 2 Pedro
3:11-13 diz: “Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas
vos convém ser em santo trato, e piedade, Aguardando, e
apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se
desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em
que habita a justiça”.
Estes versículos estão requerendo quatro atitudes
da Igreja, uma vez que a volta de Jesus é certa. As quatro atitudes são: 1)
Santidade, 2) Piedade, 3) Esperança e 4) Evangelismo.
Primeiro, devemos
levar uma vida de santidade e piedade (vv.11 e 14).
O verbo “dever” indica
que há uma obrigação de vivermos em santidade. A expectativa da volta de Cristo
deve nos motivar a ter uma vida pura. Devemos amar a vinda do Senhor e levar
uma vida santa e piedosa.
Talvez a melhor forma de entendermos o conceito
bíblico de santidade é começar refletindo sobre o que não é santidade.
Santidade
não é isolamento (Mt 5:14-16):
É
bem verdade que a palavra santidade significa separação. Porém, esta palavra,
isolada do seu real contexto cristão, pode gerar uma conduta anticristã na
igreja de Cristo, por incrível que pareça.
Santidade
não é superioridade (2Tm 2:15):
Há
quem tenha o péssimo comportamento religioso de achar-se mais santo, mais justo
e mais sublime do que os outros. Paulo disse a Timóteo: “Procure apresentar-te a Deus
aprovado...”, e não aos homens. Não devemos exibir nossa santidade
aos homens, com a intenção de que eles olhem para nós e nos admirem por nossa
justiça. Os fariseus dos tempos de Jesus já cometeram esse erro, e foram
duramente censurados por Jesus por causa disso.
Santidade
não é perfeição (1Jo 1:10; 2:1):
Infelizmente, a nossa atual condição de santidade não é uma condição de
perfeição. Gostaríamos de viver em tal estado. Gostaríamos de ter a certeza de
que nunca mais, até o fim da nossa vida, cometeremos qualquer pecado. Mas a
verdade é que ainda estamos sujeitos ao pecado. O processo de aperfeiçoamento
em nós não está completo. Com isso não estou abrindo uma porta para o pecado.
Deus é santo e jamais vai tolerar o pecado. Nós simplesmente não devemos pecar.
Por isso o apóstolo João disse “não
pequeis”.
Santidade
é:
1) uma resposta ao amor de Deus, é
2) evidência de
que se tem o amor de Deus, e
3) uma obra exclusiva do próprio Deus.
1. Resposta ao Amor de Deus.
(Portanto, se já ressuscitastes com Cristo,
buscai as coisas que são de cima – Cl 3:1): Sabendo que
Cristo nos amou primeiro, só nos resta amá-lo também. Por amor e Ele e em
gratidão a tudo quanto Ele fez por nós, queremos viver de uma forma que o
agrade. Entendemos que a melhor forma de agradá-lo é fazer sua vontade.
2. Evidência do amor de Deus.
(Mas agora que vocês foram libertados do
pecado e se tornaram escravos de Deus, o fruto que colhem leva à santidade, e o
seu fim é a vida eterna. Pois o salário... – Rm 6:22-23): Fruto é resultado.
O que o texto diz é que, se de fato fomos libertados do pecado e passamos a
servir a Deus, e resultado dessa obra de Deus em nós chama-se santidade. Ou
seja: se alguém não vive santidade, é evidente que ainda não foi alvo da
libertação de Deus.
3. Obra de Deus:
Santidade não é algo que nós mesmos podemos produzir em nós.
Quando tentamos santificar a nós mesmos, o resultado é legalismo e vaidade
religiosa. Somente Deus, que é Santo e santificador é que pode nos santificar.
Ele é poderoso para criar em nós um coração puro (Sl 51:10) e para nos santificar
por Seu sangue (1Jo 1:7) e por Sua Palavra (Jo 17:17).
No versículo 14,
Pedro repete: “Por essa razão, pois,
amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por ele em paz,
sem mácula e irrepreensíveis”. Ele responsabiliza o crente a se esforçar
para ‘manter’ uma vida de santidade irrepreensível.
Piedade:
Não é fácil definir a palavra piedade. Ao recorrermos a bons dicionários
bíblicos logo percebemos que os tradutores utilizam várias palavras, ilustrações
e contextos para conseguir defini-la. A palavra traduzida por piedade em 2 Pe
3:11 é eusebeia, do grego, que quer dizer (juntamente com suas palavras
correlatas) temor, reverência, zelo, respeito, devoção, honra, e ainda serviço
e adoração.
Esperança:
“esperando o dia de Deus e apressando
a sua vinda... – v.12”.
O
texto base desta mensagem diz também que, diante da inequívoca volta de Jesus,
devemos viver com esperança. Mas esta é outra palavra que requer atenção, pois
pode ser facilmente confundida com o conceito mundano de esperança. O que é
então esperança no contexto bíblico?
O apóstolo Paulo nos ajudará a entender que, de
certa forma, esperança cristã é o futuro no presente. “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a
qual o Senhor, jus-to juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas
também a todos os que amarem a sua vinda”
(2Tm 4:8). Portanto, esperança é o futuro no
presente. Trata-se de uma certeza, e não de uma mera possibilidade.
Evangelismo:
Pedro declara: “esperando e apressando a
vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos,
e os elementos abrasados se derreterão” (v.12). A palavra “apressando” tem o sentido de
“dar pressa”. Quando Pedro diz que devemos apressar a vinda do
Senhor ele está dizendo que devemos evangelizar o mundo. Vários mestres da
Teologia na história da igreja fizeram esta mesma afirmação com base em alguns
textos bíblicos, especialmente o de Mateus 24:14, que diz: “E
este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em todas as nações, e
então virá o fim” – palavras do próprio Jesus. Portanto, a melhor
forma de prepararmos os caminhos da volta do Senhor é pregando e levando o Seu
Evangelho a todas as nações. Nossa maior missão é evangelizar o mundo.
Devemos nos firmar na Palavra
de Deus (vv.15-16).
Pedro nos
recomenda que enquanto Cristo não voltar, devemos permanecer fieis a Bíblia. A
nossa salvação e santificação estão firmadas na Palavra do Senhor. Pedro
reconhece a inspiração, a inerrância e autoridade do escritos de Paulo (v.15).
Ele reconhece a inspiração que Paulo recebeu de Deus, para escrever suas
cartas. Não devemos imitar os falsos mestres que ignoram e deturpam as
Escrituras, para a sua própria destruição (v.16). A palavra “destruição” refere-se
à morte eterna causada pela rejeição da Palavra de Deus.
Será que estamos de malas
prontas para a nossa longa viagem com Cristo?
Pr.
Dr. Adaylton Conceição de Almeida (Th.B.;Th.M.Th.D.;D.Hu.)
(O Pr. Dr. Adaylton de Almeida Conceição foi
Missionário no Amazonas e por mais de 20 anos exerceu seu ministério na Republica Argentina, é
Bacharel, Mestre e Doutor em Teologia, Escritor, Professor Universitário,
Jornalista Profissional, Pós graduado em Ciências Políticas).
Facebook:
Adayl Manancial
Email: adayl.alm@hotmail.com
BIBLIOGRAFIA
- Adaylton de Almeida Conceição – A Bem-aventurada Esperança
- Prof. Ramos – a Volta de Cristo.
- Arival Dias Casimirom – Como Devemos esperar a vinda do Senhor
- Éder Carvalho – Quatro atitudes da Igreja diante da inequívoca volta de Jesus
- Angelo Reis – Você está esperando e apressando a vinda de Jesus?
Sou diácono da assembléia de Deus,mas acho a visão dispensacionalista totalmente equivocada,ela foi criada por Darby no século XIX,a igreja cristã primitiva nunca creu nisso.
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