domingo, 1 de dezembro de 2024

O Líder como Pastor e Administrador




Refletindo sobre a função do Líder como Pastor e Administrador



Quando se fala em duas atividades distintas para uma só pessoa, a primeira impressão que se tem é a de "acúmulo de funções", o que no caso das leis trabalhistas compreende algumas implicações, entre elas, além da capacitação exigida, o pagamento da devida remuneração. Em algumas profissões, há inclusive discussões sindicais com correntes de pensamentos divergentes sobre a viabilidade ou não dessa modalidade.

Não é diferente no caso do Líder como pastor e administrador, (A isso o mundo acadêmico eclesiástico denomina de Bivocação) aliás, a primeira murmuração registrada na Igreja Primitiva foi por conta desse tema. A Igreja estava em seu início, quando surge a murmuração dos helenistas contra os hebreus, sob a alegação de que suas viúvas não estavam sendo bem atendidas na distribuição diária dos suprimentos, uma espécie de discriminação não proposital, mas motivada pelo acúmulo de funções dos apóstolos, senão vejamos o texto.

"Naqueles dias, aumentando o número dos discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária. Então os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: — Não é correto que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas. Por isso, irmãos, escolham entre vocês sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, para os encarregarmos desse serviço. Quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra. O parecer agradou a todos. Então elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. Apresentaram estes homens aos apóstolos, que, orando, lhes impuseram as mãos". Atos 6:1-6 NAA

O crescimento da Igreja era de tamanha proporção, que os apóstolos realmente admitiram ter sentido a murmuração em tese, sendo necessário resolver o problema. Considerando que não lhes era possível acumular tais funções, manifestaram então as qualificações exigidas e a Igreja, portanto, fez a escolha e, eles impondo-lhes as mãos, delegaram aos diáconos o trabalho da administração social. Diante de tal iniciativa, tiveram tempo suficiente para se dedicarem exclusivamente ao trabalho espiritual de se consagrarem à oração e à Palavra. Naquele momento o problema foi totalmente resolvido com resultados positivos à Igreja, tanto que o crescimento doravante atesta o sucesso da resolução.

Até hoje, algumas Igrejas históricas, principalmente as de governo congregacional mantém esse sistema, onde há conselhos formados por diáconos e/ou presbíteros que se encarregam da administração material e financeira, enquanto seus pastores se dedicam exclusivamente às coisas espirituais. Em alguns casos os pastores presidem esses conselhos, e em outros nem deles participam.

Inicialmente, parece ser uma combinação com o custo-benefício perfeito, porém, sem fazer qualquer juízo de valor dos sistemas eclesiásticos, não é o caso da maioria das Igrejas Pentecostais, sejam elas clássicas ou não, onde os pastores lideram, auxiliados por um corpo diretivo que com ele cooperam nessa administração.

No primeiro momento temos a impressão de que o modelo implantado pelos apóstolos perdurou durante toda a existência da Igreja primitiva, mas não foi o que aconteceu. Se analisarmos os conselhos de Paulo a Temóteo, em sua primeira carta, provavelmente entre 10 e 15 anos após  a eleição dos primeiros 07 diáconos, já existiam presbíteros que presidiam, além de se dedicarem também na pregação e no ensino da Palavra: “Devem ser considerados merecedores de pagamento em dobro os presbíteros que presidem bem, especialmente os que se esforçam na pregação da palavra e no ensino. Pois a Escritura declara: "Não amordace o boi quando ele pisa o trigo." E, ainda: "O trabalhador é digno do seu salário." 1 Temóteo 5:17-18 NAA

Paulo chega a orientar que eles sejam dignos de duplicada honra e/ou pagamento em dobro, pois tinham a incumbência de administrar, pregar o evangelho e ensinar o rebanho. Não se sabe exatamente como e nem quando aconteceu essa mudança, ou se foi acontecendo paulatinamente com o crescimento da Igreja. O certo é que houve a contextualização do sistema, por necessidade, senão de todas, mas de algumas congregações. Possivelmente havia igrejas que mantiveram o sistema original e outras que se adequaram à nova realidade por conta da sua necessidade. Paulo diz: "os presbíteros que presidem bem...", eram casos específicos, mas é certo que já havia alguns nessa condição de presidir, pregar e ensinar.

É lógico que, em sendo possível o Pastor se manter às atividades do ministério pastoral, como orar, se preparar exclusivamente para a pregação e o ensino, é algo extraordinário, porém, se na Igreja Primitiva já se tinha tal problema, imaginemos o grau de complexidade do tema nos tempos modernos.

É necessário lembrar que, quando falamos na função pastoral, não se restringe apenas à direção de cultos, pregação e ensino da Palavra, mas há de se levar em conta também o atendimento pastoral à membresia, como visitas, aconselhamentos à jovens, casais, famílias, e outras moderações entre os membros que requerem a presença do pastor da igreja, e isso não pode ser descuidado.

Usando o profeta Ezequiel, Deus falou aos pastores infiéis de Israel: "Vocês não fortaleceram as fracas, não curaram as doentes, não enfaixaram as quebradas, não trouxeram de volta as desgarradas e não buscaram as perdidas, mas dominam sobre elas com força e tirania. Assim, elas se espalharam, por não haver pastor, e se tornaram pasto para todos os animais selvagens. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todas as colinas. As minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque." – Ezequiel 34:4 NAA.

Mesmo delegando tais responsabilidades a líderes auxiliares e Departamentos específicos, é natural que em muitas situações a presença e fala do pastor da igreja são necessárias.

Naturalmente, em uma igreja madura, com mais tempo de fundação e uma membresia maior, há uma melhor compreensão, o que facilita uma melhor administração de  tais situações, onde se pode filtrar os casos de menor importância através de auxiliares devidamente preparados, conforme o conselho de Jetro, o sogro de Moisés: "Procure entre o povo homens capazes, tementes a Deus, homens que amam a verdade e odeiam a corrupção. Coloque-os como chefes do povo: chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez, para que julguem este povo em todo tempo. Toda causa grave trarão a você, mas toda causa pequena eles mesmos julgarão; assim será mais fácil para você, e eles o ajudarão a levar essa carga. Se você fizer isto, e se essa for a ordem de Deus, então você poderá suportar e também todo este povo voltará em paz ao seu lugar. Moisés atendeu às palavras de seu sogro e fez tudo o que este lhe tinha dito". Êxodo 18:21-24 NAA

Outro ponto a se considerar é que, em que pese, dependendo do tamanho da igreja, termos a possibilidade de muitos presbíteros e pastores, o pastor da igreja será sempre um. Paulo escrevendo à igreja de Éfeso, declarou: "E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo". – Efésios 4:11-12 NAA, no entanto, no livro do Apocalipse, quando o Senhor Jesus se revelou ao apóstolo João escrevendo às 07 igrejas da Ásia, as endereçou ao pastor de cada uma em particular. Ao final, a palavra era sempre a mesma: "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas", mas o endereçamento e responsabilidade recaía sobre o "anjo da igreja", ou seja, ao "pastor da igreja".

Espiritualmente, como vimos no texto acima, a igreja como organismo é assim que funciona e, do ponto de vista administrativo, como organização, também assim o é. Como organização, na constituição civil, através do estatuto, CNPJ e outros instrumentos dos órgãos públicos, a igreja sempre está atrelada ao CPF do seu principal líder, no caso o pastor da igreja.

A Igreja como corpo de Cristo não é propriedade do pastor, mas a responsabilidade da condução espiritual, segundo a Palavra de Deus é dele: "Obedeçam aos seus líderes e sejam submissos a eles, pois zelam pela alma de vocês, como quem deve prestar contas.(o grifo é meu) Que eles possam fazer isto com alegria e não gemendo; do contrário, isso não trará proveito nenhum para vocês". – Hebreus 13:17 NAA. Do mesmo modo, muito embora a personalidade jurídica da igreja não seja de sua propriedade, a responsabilidade da condução dessa, de acordo com as leis do país também é sua.

Em que pese muitos interpretarem de forma adulterada princípios elementares, a Bíblia não mudou, sendo que, o líder como Pastor ou Administrador, ou ambas as coisas, não passam de mordomos daquilo que é de Deus, ou seja, o verdadeiro dono da Igreja: "Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho no qual o Espírito Santo os colocou como bispos, para pastorearem a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue". (o grifo é meu) Atos 20:28 NAA.

Vimos até aqui muito claramente que,  não se trata de uma tarefa fácil administrar tais responsabilidades. É necessário ter capacitação espiritual e de vida. No mundo secular, qualquer profissional precisa provar, normalmente, apenas a sua capacitação técnica, mas no caso daqueles que são chamados por Deus, essa capacitação vai muito além, e não para por aí, é preciso cuidar também e ter o domínio da sua família: "Fiel é a palavra: se alguém deseja o episcopado, excelente obra almeja. É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, moderado, sensato, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar;3 não dado ao vinho, nem violento, porém cordial, inimigo de conflitos, não avarento;4 e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito.5 Pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?" – 1 Temóteo 3:1-5 e ainda: "Se alguém não tem cuidado dos seus e, especialmente, dos da própria casa, esse negou a fé e é pior do que o descrente". – 1 Temóteo 5:8 NAA

Todos os cuidados acima são inerentes àqueles a quem Deus chamou para a função pastoral, agindo assim terão o respeito tanto dos que estão de dentro como dos que estão de fora, e isso em todos os âmbitos, ou seja, o líder, tanto como pastor e também como administrador, deve ser considerado. Seu currículo espiritual, teológico, conjugal, familiar, comercial, financeiro e administrativo deve ter boa aprovação diante de todos. Segundo a Palavra de Deus, deve ser o "Exemplo dos Fiéis": "Ninguém o despreze por você ser jovem; pelo contrário, seja um exemplo para os fiéis, na palavra, na conduta, no amor, na fé, na pureza". 1 Temóteo 4:12 NAA

O jovem pastor Temóteo não deveria ser rejeitado, muito menos desrespeitado pela sua tenra idade, em contrapartida, o preço a ser pago por ele, seria ser o exemplo dos fiéis em todas as coisas: "na palavra, na conduta, no amor, na fé, na pureza". Qualquer deslize em um desses quesitos o inviabilizaria como líder e pastor.

O líder da igreja, quer como pastor ou como administrador, normalmente é escolhido dentro do rebanho do Senhor, portanto, trata-se de um dos seus servos. Não é comum, muito menos bíblico, pessoas estranhas ao organismo para tais serviços, mas de entre os Ministros de Cristo e, para tanto, existem as qualificações pertinentes e, entre elas, a fidelidade também é de vital importância: "Assim, pois, importa que todos nos considerem como ministros de Cristo e encarregados dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer destes encarregados é que cada um deles seja encontrado fiel". 1 Coríntios 4:1-2 NAA.

O líder que se encontra encarregado de tais responsabilidades, não deve ser um impostor que vive dando "carteirada" nos outros, mas deve ser considerado e respeitado naturalmente pela sua fidelidade ao Senhor e à igreja. Deve ser dotado de autoridade espiritual: "ser apegado à palavra fiel, que está de acordo com a doutrina, para que possa exortar pelo reto ensino e convencer os que contradizem este ensino." – Tito 1:9 NAA

O líder como pastor e administrador deve ter cuidado de si mesmo:  "Cuide de você mesmo e da doutrina. Continue nestes deveres, porque, fazendo assim, você salvará tanto a si mesmo como aos que o ouvem". 1 Temóteo 4:16 NAA – um detalhe muito importante no conselho acima ministrado pelo apóstolo Paulo a Temóteo é que, antes de cuidar da doutrina e dos outros e aqui acrescento, da administração, tenha cuidado de si mesmo.

Se o líder não estiver bem com sua saúde física, mental e espiritual, não tem como cuidar das demais coisas do Reino de Deus. O acúmulo de tarefas, sem o devido equilíbrio, poderá acarretar prejuízos fatais à vida pessoal, família e ao ministério. Existem cuidados que o líder precisa tomar, e para isso é necessário muito equilíbrio, no sentido de que a obra de Deus não se torne mais importante do que o Deus da obra.

O acúmulo de tarefas pastorais e administrativas, como direção de cultos, atendimentos pastorais, reuniões, viagens, convenções, simpósios e eventos diversos, já são normalmente acima do natural, mas  acrescentando-se ainda que, em a igreja crescendo, pode ganhar relevância e protagonismo, fazendo com que o líder seja muito mais procurado e absorvido por aquilo que naturalmente representa. A Igreja Primitiva se tornou relevante na sociedade de sua época, por conta da obra que realizava: "Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, o Senhor lhes acrescentava, dia a dia, os que iam sendo salvos". (O grifo é meu) Atos 2:46-47.

Nos dias de hoje, quando isso acontece, o assédio social é muito  grande, seja pelas instituições e/ou autoridades civis, pelos compromissos ministeriais e denominacionais e até mesmo aqueles que veem a igreja meramente como um público consumidor, os quais marcam agendas que o líder finda atendendo por educação, mas praticamente  sem qualquer resultado concreto. Se não houver atenção e equilíbrio, tais compromissos afastam o líder de bons momentos de oração, meditação na Palavra de Deus, devocionais, descanso e momentos com a família. Relembrando Paulo: "Cuide de você mesmo".

Há líderes que além de pastorear e administrar a igreja, também tem a tarefa de ensinar, atuando como escritores de livros, artigos, comentaristas de revistas para escolas bíblicas,  palestrantes em Escolas de Obreiros e Escolas Teológicas, enfim, atividades que requerem tempo para estudos, pesquisas e meditação, um verdadeiro esforço hercúleo para se administrar.

É necessário muito equilíbrio. Poderíamos dizer que, do ponto de vista humano, numa linguagem contábil: "a contabilidade não zera" ou "o balancete não fecha", é preciso algo a mais, é preciso fazer a nossa parte e ainda acreditar no sobrenatural de Deus.

Enfim, para ser um Líder como Pastor e Administrador, não é para quem quer, mas sim para quem é chamado por Deus, valendo o conselho do escritor aos Hebreus: "E ninguém toma esta honra para si mesmo, a não ser quando chamado por Deus, como aconteceu com Arão". Hebreus 5:4 NAA

Se, fazendo tudo conforme a Palavra, com toda a sabedoria, discernimento e equilíbrio, e sobrar algum espinho na carne que venha nos esbofetear e tenhamos que suportá-lo, o Mestre tem o mesmo consolo dado ao apóstolo Paulo: "A minha graça é o que basta para você, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza." De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo". 2 Coríntios 12:9 NAA



Pr. Carlos Roberto Silva 
Líder da Assembleia de Deus Ministério de Cubatão SP • Presidente da COMADESPE – Convenção dos Ministros das Assembleias de Deus no Estado de São Paulo e Outros  Relator do Conselho de Doutrina da CGADB

Artigo do publicado originalmente na edição de número 108 da Revista Obreiro Aprovado da CPAD



Revista Obreiro Aprovado publica artigo do Pr. Carlos Roberto Silva





Refletindo sobre a função do líder como pastor e administrador - Artigo do Pr. Carlos Roberto Silva é publicado pela Revista Obreiro Aprovado




Revista Obreiro Aprovado publica artigo do Pr. Carlos Roberto Silva Refletindo sobre a função do líder como pastor e administrador, a matéria traz uma visão bíblica, social e atual da dupla vocação. A difícil função do pastor assembleiano como administrador, tendo a missão de conciliar suas múltiplas tarefas mantendo a essência espiritual, é o tema do novo artigo do Pr. Carlos Roberto Silva, publicado na edição de número 108 da Revista Obreiro Aprovado.

A publicação editada pela CPAD – Casa Publicadora das Assembleias de Deus, editora oficial da denominação é atualmente umas das mais relevantes tendo como público-alvo os ministros evangélicos do país, com pautas que abordam os desafios do obreiro assembleiano, testemunhos e conselhos de pastor para pastor.

O pastor Carlos Roberto Silva imprime no artigo "O líder como pastor e administrador" sua experiência de quase 40 anos de ministério pastoral, servindo a igreja de Cubatão, à Comadespe (Convenção dos Ministros as Assembleias de Deus no Estado de São Paulo e Outros) e a CGADB (Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil). Antes de ser chamado pelo Senhor e viver integralmente em favor do ministério, fez carreira profissional no Banco Bradesco, chegando ao posto de gerente. No exercício ministerial, encontrou o desafio da conciliação de ser um "bom gestor" e, ao mesmo tempo, um "bom pastor".
Apesar da bi-vocação ser mais observada no exercício sacerdotal assembleiano, a dupla responsabilidade dos ministros não é uma exclusividade da denominação e é observada ao longo da história da igreja, bem antes de Daniel Berg e Gunnar Vingren pisar em solo brasileiro.

No artigo, o autor justifica que apesar do modelo que distingue o pastor do administrador estabelecido pelos apóstolos em Atos 6, na ocasião da eleição dos 7 diáconos, com o crescimento exponencial da igreja os próprios apóstolos passaram a admitir a necessidade dos líderes exerceram as duas funções. A primeira carta de Paulo a Timóteo, por exemplo, demonstra claramente haver no descritivo do cargo de presbítero ambas as atribuições. Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina (1Tm 5.17). Na abordagem do articulista, ao destacar a expressão "principalmente os que", o apóstolo Paulo está distinguindo ministros que se limitavam à função pastoral, daqueles que também se dedicavam a presidir por completo a igreja e isso envolvia a sua administração.

A bivocação passou não somente a ser admitida, mas também aderida por muitas igrejas. Esse modelo de governo, chamado de Episcopal misto, foi abraçado pela Assembleia de Deus, senão de forma expressa, mas na prática exercida. Obviamente, a depender do porte do ministério, as funções ficam melhor distribuídas, mas há de se admitir que a realidade de muitas igrejas com pouca ou quase nenhuma estrutura, finda entregando aos líderes responsabilidades diversas, acumulando seus compromissos. 

Apesar de a dupla função ser já uma realidade dos ministros assembleianos, é preciso observar alguns cuidados necessários que devem ser adotados pelo próprio líder. Se por um lado a bi-vocação promove dinamismo nas atividades eclesiásticas e administrativas da igreja, por outro a carga mais pesada pode provocar sequelas quando o sacerdote não se atenta aos princípios bíblicos de autocuidado e a fidelidade a Palavra; "Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho no qual o Espírito Santo os colocou como bispos, para pastorearem a igreja de Deus, a qual Ele comprou como seu próprio sangue" Atos 20.28. Para o Pr. Carlos Roberto Silva, uma vez ciente da responsabilidade aferida pelo duplo compromisso do pastoreio e da administração da igreja, o ministro poderá exercer com excelência o chamado ministerial, contribuindo para que a igreja seja edificada.

A revista Obreiro Aprovado está disponível para compra nas plataformas digitais da CPAD, nas lojas da editora e nas melhores livrarias evangélicas. Além do artigo O líder como administrador do Pr. Carlos Roberto Silva, o leitor encontrará outras matérias assinadas por líderes relevantes como o Pr. Eduardo Leandro Alves, Rayfran Batista da Silva, além de uma entrevista com o Pr. Ezequias Soares, Presidente do Conselho de apologética da CGADB e também Presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB).

Por Jorn. Almir Júnior

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Nota de Falecimento - Irmã JOANA ALVES DE MENEZES (AD Cubatão SP) - 19.11.2024




Irmã JOANA ALVES DE MENEZES (AD Cubatão SP) foi promovida às mansões celestiais - 19.11.2024



É com imenso pesar que registramos o falecimento da nossa irmã em Cristo JOANA ALVES DE MENEZES, nascida na cidade de Jeremoabo (BA) em 15.07.1939, portanto aos 85 anos de idade.

Irmã JOANA ALVES DE MENEZES, mais conhecida como irmã Joaninha, era membro hà muitos anos da AD Cubatão SP, congregando-se no Templo Sede, porém nos últimos tempos, por conta da sua idade e saúde, participava mais presencialmente na Congregação do Jardim Costa e Silva - Sede do Setor 08.

Irmã Joaninha era conhecida por sua fidelidade a Deus, sua família e Igreja do Senhor onde serviu desde a sua conversão. Mulher de oração e participativa em todas as atividades da UFADEC - União Feminina da Assembleia de Deus de Cubatão, cooperava em tudo que estava ao seu alcance., como uma verdadeira intercessora, conselheira, um verdadeiro exemplo de fé para a comunidade.

Recentemente, sendo hospitalizada, precisou amputar parcialmente uma das pernas, porém, voltando para recuperação em casa, aprouve ao Senhor recolhê-la às mansões celestiais na madrugada de hoje.

Irmã JOANA ALVES DE MENEZES deixa 4 (quatro) filhos, 6 (seis) netos e 3 (três) bisnetos.

Em nome de toda a família AD CUBATÃO (SP), registramos os mais profundos sentimentos, e os votos de que o Espírito Santo console a todos os familiares, amigos e irmãos em Cristo.

  • VELÓRIO e SEPULTAMENTO
  • Amanhã - Quarta-feira - 20.11.2024 - 8h
  • Culto de Despedida - 9h
  • Sepultamento - 10h

"Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda" - 2 Temóteo 4: 7-8



Sara Virgínia Silva e Silva
Coordenadora da UFADEC

Pr. Carlos Roberto Silva
Pastor da AD Cubatão SP

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

“Fui na igreja amaldiçoar o pastor, mas conheci Jesus”, diz sobrevivente de culto satânico




Esther foi vítima de uma seita na Holanda, onde era prostituída para pornografia infantil desde criança.


Esther* cresceu em uma família disfuncional na Holanda. Seus pais viviam uma vida dupla: eles iam à igreja aos domingos, mas faziam parte de um culto satânico.

Eu cresci em um lar cristão que também honrava Satanás. Essa, em poucas palavras, é a vida dupla que levei na minha infância”, disse ela, em entrevista à Revive

Desde criança, Esther foi levada à seita pelos próprios familiares. O grupo, formado por cerca de 24 pessoas, praticava rituais, sacrifícios, adoração de demônios, orgias e estupros.

Além disso, o culto estava envolvido em crimes como prostituição, tráfico de pessoas e pornografia infantil sádica. 

A vida no culto vai de geração em geração, até que alguém cometa erros ou se afaste do grupo”, explicou ela.

Engravidei aos 9 anos, e a partir daí engravidei uma ou duas vezes por ano. As crianças eram frequentemente ‘buscadas’ por volta dos cinco meses de gravidez e, em muitos casos, mortas imediatamente. Algumas crianças cresceram dentro do culto, com uma mãe diferente”, acrescentou.

Vítima de pornografia infantil

Esther foi uma das vítimas dos diversos tipos de abusos dentro do culto satânico. Desde cedo, a menina foi manipulada psicologicamente pelos membros para “aguentar” os sofrimentos que passaria.

Parte de mim foi treinada como escrava sexual na indústria da pornografia infantil e outra parte participou das cerimônias em homenagem a Satanás”, revelou Esther.

Para suportar o ambiente abusivo que vivia, a menina acabou desenvolvendo Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI).

Quando as crianças pequenas experimentam coisas que são muito avassaladoras e das quais seus pais não o protegem ou são a causa, as crianças ‘fogem’ em suas mentes. É necessário sobreviver em um mundo completamente inseguro e não confiável. Pessoas com esse Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) têm problemas de memória o tempo todo”, explicou ela.

Esther nunca experimentou afeto e cuidado em sua casa. Quando visitava a família de suas colegas, ficava impressionada com a forma amorosa em que eram cuidadas por suas mães.

O culto também exigia que as crianças fossem “perfeitas”, sem cometer erros e ter um rendimento excelente na escola.

"No culto você aprende muito a fazer o seu melhor. Se você cometer um erro, será punido, por exemplo, torturado ou estuprado”, comentou ela.

Encontrando Jesus

Até que, durante sua juventude, membros do culto mandaram Esther ir a uma igreja para amaldiçoar o pastor.

Porém, ao ouvir o apelo para aceitar a Cristo como seu Salvador, a jovem foi poderosamente tocada por Deus. "Se você ainda não conhece Jesus e quer saber quem Ele é, apresente-se", disse o pregador.

Tudo desapareceu naquela sala, acabei de ouvir essas palavras e sabia que tinha que fazer isso. Fui para a frente e parecia ter caído no chão, mas não me lembro de nada sobre isso. O pastor nem orou por mim, mas eu tive um toque muito forte. Lá conheci Yeshua e parecia que estava em algum tipo de Céu. Em retrospecto, sei que foi o Espírito Santo que experimentei”, contou.

Lutando por liberdade

Apesar de ter aceitado Jesus, a jovem lutou para sair do culto satânico. Sair era proibido e ela sofreria ameaça e punição se abandonasse o grupo.

Logo depois, Esther começou a fazer terapia e conhecer uma outra realidade, fora da que foi doutrinada no culto.

Comecei a descobrir que as pessoas podem ser reais, que existem pessoas que não mentem e não torturam, e que você não é morto se estiver um minuto atrasado”, disse ela.

Se você não vai para o culto, então você é um apóstata, a pior coisa que pode haver. Além disso, existem laços de lealdade que vocês têm com os quais eles me chantagearam. Havia muita pressão”, explicou.

Com a ajuda de seu psicólogo, Esther começou a formar uma rede de apoio com pessoas fora do culto, para lhe ajudar a sair em segurança.

Ela também contou com a ajuda da fé para sair da situação abusiva que viveu por toda a sua vida. 

Cheguei a ter a profunda convicção de que tinha que escolher fazer apenas o que Deus quer que eu faça. Foi assim que aprendi a fazer boas escolhas, mesmo quando tinha medo das consequências”, comentou.

Esther conseguiu se libertar do culto e viver uma vida sem abuso e tormento. Porém, até hoje ela enfrenta ameaças e já sofreu tentativas de assassinato do grupo satânico.

Ajudando outros sobreviventes

Depois de anos, a cristã ainda está se recuperando emocionalmente dos traumas. “Todo ser humano está em um processo, há muitas batalhas para se livrar das trevas, isso vale para todo cristão”, refletiu.

Ela criou a Fundação Friends of Esthers, que tem ajudado outros sobreviventes de abuso ritual satânico. 

A razão pela qual perseverei em sair e escolhi o caminho de Yeshua foi porque queria ajudar os outros a se libertarem. Começamos a ajudar outros sobreviventes com um grande grupo de pessoas dedicadas. Nós os ajudamos com um tratamento muito intensivo, no processamento de traumas. Também os apoiamos com uma rede segura que os rodeia, para que se atrevam a abandonar sua rede insegura com um pouco mais de facilidade”, afirmou.

E concluiu: “A luta não é apenas para mim, mas também para muitos outros. Isso só pode ser feito através do poder e com a ajuda de Yeshua”.

Nome alterado por razões de segurança*.

Fonte: Guiame

Com 11.000 anos de história, Jericó é cidade bíblica mais antiga do mundo



Localizada no coração do deserto da Judeia, escavações da década de 1950 revelaram descobertas arqueológicas significativas, incluindo o monte da tentação de Cristo.


Jericó, a cidade mais antiga do mundo, teve sua importância histórica reconhecida em 2023 ao ser incluída na Lista do Patrimônio Mundial pela UNESCO.

Essa decisão destacou o valor cultural e arqueológico da região, sublinhando o status de Jericó como a cidade habitada mais antiga do mundo.

Localizada no coração do deserto da Judeia, com mais de 11.000 anos de história, Jericó se afirma como um local excepcional na trajetória da humanidade.

A cidade foi palco da batalha de Jericó, descrita no Livro de Josué, que marcou o primeiro combate travado na conquista de Canaã pelos israelitas.

A batalha é famosa pela queda triunfante das muralhas de Jericó, provocada pela marcha de israelitas tocando suas trombetas.

Primeiras civilizações

A antiga cidade de Jericó, correspondente ao local conhecido como Tell es-Sultan, proporciona uma visão única das primeiras civilizações humanas.

As escavações arqueológicas revelaram aproximadamente 70 casas pré-históricas e mais de 20 assentamentos sucessivos, evidenciando uma ocupação contínua por milênios.

As casas, de formato circular, foram construídas com argila e palha. O primeiro assentamento humano documentado em Jericó remonta a cerca de 9000 a.C., quando grupos de caçadores-coletores da cultura natufiana se estabeleceram na região.

Os grupos natufianos em Jericó aproveitaram a fonte Ein as-Sultan e as águas do rio Jordão, o que facilitou o desenvolvimento da agricultura e das primeiras tecnologias alimentares.

Essa transição para um estilo de vida sedentário representou uma evolução significativa do nomadismo para a produção de alimentos, com comunidades estabelecendo bases que ainda podem ser observadas hoje.

A transição para um estilo de vida sedentário não apenas alterou a maneira de viver, mas também impulsionou o desenvolvimento de ferramentas e objetos domésticos fundamentais para a convivência em comunidade.

Remanescentes do palácio de Herodes. (Foto: Wikipedia)

Jericó foi pioneira não apenas no sedentarismo, mas também na construção de infraestruturas defensivas. As comunidades ergueram muros de pedra que desempenhavam uma função dupla: proteger a população de ataques externos e regular os níveis de água de fontes adjacentes para prevenir inundações.

Características notáveis, como um muro de pedra com 3,5 metros de altura e uma torre circular de nove metros, evidenciam as avançadas habilidades de engenharia de seus antigos habitantes.

Torre de Jericó

Escavações em Tell es-Sultan, conduzidas pela arqueóloga britânica Kathleen Kenyon na década de 1950, revelaram descobertas arqueológicas significativas, incluindo a Torre de Jericó.

Os turistas podem explorar a Torre de Jericó, que oferece uma visão de como era a vida na antiguidade. Entre as descobertas arqueológicas mais notáveis em Jericó estão utensílios de cerâmica com inscrições pré-históricas. Essas peças de cerâmica foram utilizadas para conservar alimentos ou para cozinhar, indicando um desenvolvimento inicial de tecnologias alimentares na região.

Além disso, foram descobertos crânios cobertos com gesso e conchas colocadas nas órbitas oculares, sugerindo uma preocupação significativa com a adoração aos ancestrais e as crenças espirituais entre os antigos habitantes.

Esses restos revelam uma conexão profunda com a vida após a morte e um surpreendente nível de sofisticação cultural em uma época em que muitas sociedades ainda eram dependentes da caça e da coleta.

Hoje, Jericó possui uma rica herança histórica, com as ruínas de Tell es-Sultan como seu principal destaque, localizadas no centro histórico da cidade.

Tell es-Sultan abriga vestígios das primeiras civilizações e proporciona aos visitantes a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre a história humana. Para os amantes da antiguidade ou para aqueles que desejam aprender mais sobre a história durante as férias, as ruínas de Tell es-Sultan são uma excelente opção de visita.

Fonte de Eliseu

A poucos metros das ruínas de Jericó encontra-se a Fonte de Eliseu, que se tornou um dos locais mais fotografados da cidade.

A Fonte de Eliseu se destaca tanto por sua arquitetura quanto por sua relevância arqueológica e cultural. Em suas paredes, está inscrita a frase "Cidade mais antiga do mundo". Essa distinção atrai milhares de visitantes anualmente.

Jericó também abriga vestígios do Califado Omíada, representados pelo Palácio de Hisham, construído por volta do ano 743-744.

O palácio se destaca por seus mosaicos e decorações em estuque, inspirados nos banhos da civilização romana. Essas obras resistiram ao passar do tempo, proporcionando uma visão do esplendor da arquitetura islâmica primitiva. Alguns restos do Palácio de Hisham estão preservados no Museu Rockefeller em Jerusalém, permitindo que o legado histórico do palácio transcenda as fronteiras de Jericó.

O Monte da Tentação

Outro lugar que merece atenção em Jericó é o Monte da Tentação. Reconhecido pelos fiéis por sua conexão com a Bíblia, é aqui que, segundo relatos bíblicos, Jesus passou quarenta dias em jejum e resistiu às tentações do diabo.

O Monte da Tentação é um dos principais mirantes de Jericó, cercado pela paisagem desértica da Judeia, e possui profundo significado espiritual para os crentes. A partir do Monte da Tentação, os visitantes podem contemplar a vasta extensão do deserto, compreendendo a importância histórica e cultural de Jericó.

Monte da Tentação, em Jericó. (Foto: Wikipedia)

O legado histórico de Jericó vai além de seu passado antigo. Os esforços contínuos de habitação e preservação da cidade possibilitaram que as ruínas de Tell es-Sultan fossem estudadas e apreciadas por arqueólogos e visitantes.

Apesar da passagem do tempo, essas estruturas evidenciam a fase sedentária da cidade, fornecendo provas da transição de um estilo de vida nômade para um sedentário. Essa mudança representou um marco na história ao permitir o desenvolvimento da agricultura na região.

Fonte: Guiame

domingo, 27 de outubro de 2024

Hector Soares ao violino - Quando eu Chorar - (Cover) Bruna Karla



 

Quando eu Chorar - (Cover) Bruna Karla com Hector Soares ao violino



Em momentos como esse, aprendemos a viver na total dependência do Senhor. Nossa vida está em suas Mãos e cremos que Ele pode todas as coisas!

"Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e Ele o fará." (Salmos 37.5) Instagram: @hector_violin

Facebook: Hector Soares Silva

Hector Soares é meu sobrinho, filho do meu irmão, maestro Clóvis dos Santos - amante da música -  violinista, e acima de tudo um adorador comprometido com Deus e a Sua obra - Membro ativo da AD Cubatão SP

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