sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O BRASIL AINDA É LAICO? Campo Grande (MS) tem meio milhão no orçamento para criação do vale dos orixás


A Câmara de Campo Grande aprovou e agora só falta a sanção do prefeito Alcides Bernal (PP) para que esteja contemplado no Orçamento do Município para este ano a criação do Vale dos Orixás. O valor aprovado para construção do Vale dos Orixás de R$ 500.000,00 deve ser publicado no Diogrande juntamente com Orçamento para 2014 ainda em janeiro.
O projeto Vale dos Orixás foi aprovado no final do ano passado, a pedido da Federação de Cultos Afro-brasileiros e Ameríndios de Mato Grosso do Sul (Fecams), com o intuito de criar um espaço democrático as praticas dos cultos afro-brasileiros e ameríndios em Campo Grande. A proposta foi assinada pela vereadora Luiza Ribeiro (PPS).
“Todas as formas de religiosidade engrandecem o homem porque são baseadas no amor de Deus. Campo Grande necessita deste espaço para que algumas religiões possam apresentar suas manifestações de fé e por outro lado, este projeto fortalece a cidade culturalmente e pode se transformar em um espaço para o turismo”, afirmou Luiza Ribeiro.
O presidente da Federação de Cultos Afro-brasileiros e Ameríndios de Mato Grosso do Sul (Fecams), Iraci Barbosa dos Santos, mais conhecido como Irbs, disse que o Vale dos Orixás será um lugar sagrado, inclusive com os praticantes de cultos afros e ameríndios podendo levar oferendas de maneira correta, preservando meio ambiente e com liberdade.
“Os praticantes poderão ir a um lugar adequado para fazerem suas oferendas sem incomodar as pessoas de outras religiões. No candomblé, por exemplo, são feitas oferendas com comidas em lugar aberto o que causa constrangimento aos não praticantes e neste projeto buscamos o respeito, a harmonia com a população com a natureza”, frisou Irbs.
Ao propor o projeto que cria o Vale dos Orixás em Campo Grande, a Fecams se inspirou no Santuário Nacional da Umbanda, localizado no interior de São Paulo, que atrair milhares de turistas anualmente.
Luiza Ribeiro destacou a importância do sincretismo religioso no País e sua dimensão cultural. “O candomblé e a umbanda são manifestações ricas em rituais e festas e neste projeto haverá um espaço para eventos atraindo assim uma diversidade de pessoas. Na umbanda, por exemplo, existe um sincretismo com os Santos Católicos e aqui em Campo Grande eles já presta homenagens à Santo Antonio, padroeiros da cidade, e com este espaço poderão fazer uma festa muito mais linda e mais expressiva culturalmente”, disse.
No ano passado, pela primeira vez, a Fecams realizou um culto na Câmara de Campo Grande, que cede o espaço, ao fim da manhã de cada segunda-feira, para celebrações religiosas.

Fonte: Campo Grande News

MEU COMENTÁRIO:

Meu post não tem a intenção de um tom discriminatório, por não pertencer à religião prestes a ser beneficiada, caso a medida receba a sanção do Prefeito Municipal de Campo Grande (MS), no entanto, considerando ser o Brasil um estado laico, me parece uma medida que agride frontalmente a constituição brasileira.

Em acontecendo assim, teriam direito também as demais religiões de requererem a dotação verbas orçamentárias para execução de seus projetos? Não defendo essa ideia, afinal de contas, acredito que a laicidade (separação entre religião e estado) é uma conquista da nossa nação.

Em todo o caso, vamos aguardar o desenrolar dos acontecimentos.

4 comentários:

  1. Pr. Carlos Roberto.

    Acredito que a filosofia desse pessoal da religião afro, residentes no sul do Brasil, é igual a de Jean Wyllys, deputado federal carioca, umbandista, que grita aos quatro ventos que o Brasil é laico, mas briga por privilégios do governo para beneficiar a umbanda.

    O laicismo para eles é conveniente apenas quando serve para prejudicar cristãos.

    E.A.G.
    http://belverede.blogspot.com.br

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  2. Caro pastor Carlos,

    Paz e Bem!

    É notório o problema da religião misturada à política. Dinheiro público com religião nunca deu e nem dará certo.
    Infelizmente é o mesmo que ocorre, aqui, na cidade do Rio de Janeiro. Por exemplo, a marcha para Jesus, dirigida pelo mais conhecido tele-evangelista do Brasil. Ela recebe aproximadamente meio milhão de reais da prefeitura. Fora outros interesses políticos e eleitorais.
    Portanto, a questão ocorre tanto no catolicismo, no candomblé e, tristemente, quanto na igreja evangélica.
    Nossa desejo é que a igreja evangélica fuja dessa arapuca e previna-se enquanto há tempo. Pois uma vez acostumada, não mais se verá livre de escândalos.

    E parabéns pela pertinência e espaço do assunto discutido.

    Um abraço,

    M.O.O.
    Rio de Janeiro - RJ

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  3. Caro Marcelo de Oliveira e Oliveira,
    A Paz do Senhor,

    Grato pela honrosa visita e participação neste singelo blog.

    Concordo plenamente com seu posicionamento, lembrando que qualquer relação como essa que o amado citou da Marcha para Jesus no Rio de Janeiro, é passível de contestacão pelo Ministério Público.

    Conheço casos em que as Prefeituras auxiliam na captação de recursos e patrocínios procedentes da iniciativa privada, mas saindo diretamente do caixa do poder público, nunca ouvi.

    Essa relação foi e sempre será promíscua, do ponto de vista administrativo.

    Um grande abraço,

    Seu conservo em Cristo,
    Pr. Carlos Roberto

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  4. Caro pastor Carlos,

    O prazer da visita é meu.

    Apenas para informação. A coluna do jornalista Lauro Jardim da Veja online, publicada em 22 de Março de 2013, acerca da última marcha para Jesus, revela:

    "A prefeitura do Rio de Janeiro vai novamente injetar recursos na Marcha para Jesus organizada por Silas Malafaia. Na semana que vem, o pastor define o valor com Eduardo Paes. No ano passado, foram repassados 2,5 milhões de reais para o evento, sendo que Malafaia devolveu 500 000 reais aos cofres públicos".

    Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/religiao/marcha-para-jesus-de-malafaia-apoio-da-globo-e-da-prefeitura-do-rio-de-novo/

    Uma correção: o valor de meio milhão de reais foi o devolvido aos cofres públicos. O investido pela prefeitura foi de aproximadamente 2,5 milhões de reais. Recursos oriundos diretamente do erário público.

    Em Cristo,

    M.O.O.
    Rio de Janeiro - RJ

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Pastor Carlos Roberto Silva
Point Rhema

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