terça-feira, 7 de julho de 2015

O EVANGELHO DA GRAÇA - LB Adultos EBD/CPAD- Lição 02 - 3º Trim./ 2015 - Subsídio Teológico


O EVANGELHO DA GRAÇA por Prof.  Pr. Adaylton de Almeida Conceição     


O apóstolo Paulo foi levantado por Deus para ser um desbravador do evangelho, um bandeirante do cristianismo, um embaixador de Cristo, um arauto do Rei dos reis. Plantou igrejas nas províncias da Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia Menor. Por sua influência, igrejas se espalharam em todo o mundo Oriental e Ocidental.

Quando Paulo despediu-se dos presbíteros de Éfeso, fez um dos mais belos discursos de sua carreira. Com palavras eloquentes, desafiou os líderes daquela igreja a assumirem um compromisso solene com Deus, com a Palavra e com a igreja. Para encorajá-los, deu seu próprio testemunho, como segue: “Porém, em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (At 20.24).

Paulo se preocupava com o aumento do numero dos falsos mestres que se aproveitavam da ingenuidade de alguns para semear outra doutrina contrária à Palavra da verdade.  Por  isso havia deixado Timóteo em Éfeso, para cuidar da igreja e refutar os falsos mestres que estavam em atividade lá. Por causa dessas ameaças, há um enfoque maior em se concentrar na doutrina sadia. “Por terem apartado desta linha, alguns se extraviaram num palavreado oco; pretendem ser doutores da lei, ao passo que não sabem o que dizem, nem o que afirmam com tanta veemência.”


AS FALSAS DOUTRINAS E A CORRUPÇÃO DO VERDADEIRO EVANGELHO DE CRISTO.

O fato é que as igrejas fundamentadas na Bíblia e onde há reverência ao nome de Deus estão diminuindo cada vez mais nestes últimos dias. Muitos "pastores" e líderes, esqueceram-se de Deus e da sã doutrina e levam suas igrejas às falsas doutrinas e a uma grande contemporização.

A Bíblia diz claramente que haverá uma grande apostasia nos últimos dias. Não haverá um grande reavivamento, como alguns estão anunciando, mas, ao contrário, apostasia, a rejeição e o afastamento da sã doutrina bíblica. Eis o que diz a Bíblia: "Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição." [2 Tessalonicenses 2:3].

O verso referido diz que chegará um tempo nos últimos dias quando os fundamentos da doutrina cristã serão contemporizados e derribados pela aceitação do erro e da heresia. Os homens esquecerão o ensino bíblico sadio. Já se observa nos dias de hoje, uma marginalização a aqueles que persistem em manter um ensino coerente com os freais princípios bíblicos.

Semelhança da igreja do primeiro século com algumas igrejas de hoje.
O problema comum entre as igrejas de Éfeso e Creta era as falsas doutrinas.

Surgiram falsos mestres ensinando uma mistura de doutrinas e práticas judaicas e pagãs: proibição do casamento, abstinência de alimentos (1 Tm 4.3), alguns afirmavam que a ressurreição já se realizou (2 Tm 2.18) e ensinos de demônios (1 Tm 4.1).

Havia, ainda, muitas contendas e discussões nas igrejas (Tt 2.9-11).

Para combater as falsas doutrinas, Paulo recomenda a nomeação de obreiros qualificados, em cada igreja (Tt 1.5).

É importante que o obreiro nomeado seja irrepreensível (1 Tm 3.1-13, 1.5-9).

No combate contra as heresias, Paulo reafirma as verdades centrais do cristianismo:

-Salvação pela graça, através da fé em Cristo;

-Vida santificada, livre do pecado;
-O juízo de Deus, etc. É a chamada “sã doutrina” (1 Tm 1.15, 2.5, 2 Tm 2.11,12, Tt 2.-11-14, 3.3-8). E esta são doutrina deve ser ensinada para o povo (2 Tm 2.2, 3.25, Tt 2.1).
TENHA CUIDADO COM FALSOS MESTRES – 1 Timóteo 6:3-11
Se alguém ensina alguma doutrina diversa, e não se conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, injúrias, suspeitas maliciosas, disputas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade é fonte de lucro” – 1 Timóteo 6:3-5.
Paulo iniciou esta carta a Timóteo com alertas sobre falsos mestres “te pedi quando parti para a Macedónia, espero que fiques aí em Éfeso para avisar algumas pessoas que não ensinem outra doutrina” – 1 Timóteo 1:3. Ele também refutou alguns dos ensinamentos perigosos: “O Espírito diz claramente que nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios.” – 1 Timóteo 4:1
Pastores e líderes religiosos, especialmente na igreja local, devem constantemente vigiar o que está sendo ensinado, porque é fácil para falsas doutrinas serem inseridas. “Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu vigilantes. Sejam pastores da igreja de Deus, que Ele comprou com Seu próprio sangue. Eu sei que depois que eu sair, lobos ferozes penetrarão no meio de vocês e não pouparão o rebanho. Há mesmo alguns de vocês que torcerão a verdade só para arranjar adeptos. Então não baixe a guarda! Lembre-se que por três anos, eu nunca parei de alertar cada um de vocês, noite e dia com lágrimas” – Atos 20:28-31.
Uma das marcas de identificação de um falso mestre é que eles se recusam a aderir ao ensino religioso genuinamente bíblico – “Se alguém ensina alguma doutrina diversa, e não se conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe” – 1 Timóteo 6:3. No Antigo Testamento o primeiro teste que Isaías fazia para qualquer professor é “se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles” – Isaías 8:20
Paulo disse para Timóteo para “pregar a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda longanimidade e ensino”- 2 Timóteo 4:2. Seu propósito foi para convencer estes mestres “para que sejam são na fé” – (Tito 1:13).
Os líderes religiosos devem proteger a igreja de ensinos falsos porque as doutrinas falsas se parecem com a levedura. Ela entra secretamente, cresce rapidamente, e penetra completamente (Gálatas 5:9). O melhor tempo para atacar a doutrina falsa é no começo, antes que ela tenha uma possibilidade de estender-se.

Paulo continua dizendo a Timóteo: “Mas tu, homem de Deus, fuja de tudo isso, e siga a justiça, a piedade, a fé, o amor, a mansidão” – 1 Timóteo 6:11.
Hendriksen alerta sobre o fato de algumas pessoas estarem sempre ansiosas para receber de bom grado tudo o que é novo e diferente, como os atenienses na época de Paulo (At 17.21). Geralmente, o que eles consideram “novo” é heresia antiga, vestida com roupagens modernas.
Ensinando doutrina falsa (1:3-4)
O argumento apresentado nestes dois versículos que vamos considerar agora (vs. 3 e 4) é que Timóteo deveria advertir quem ensinasse doutrina falsa e se entregasse a fábulas ou genealogias, pois estas coisas, ao invés de produzir “edificação de Deus”, produzem “questões”.
Para advertires
Timóteo foi deixado em Éfeso para advertir alguns. Não simplesmente para combater a falsa doutrina, mas sim para advertir a pessoa que ensina a falsa doutrina. A palavra traduzida “advertir” indica a atitude de um comandante militar transmitindo ordens aos seus soldados. Diante do ensino falso é necessário agir com autoridade e firmeza.
Outra doutrina
A “outra doutrina” é, obviamente, aquilo que difere da “sã doutrina”. Convém destacar a importância dada a este assunto, especialmente diante da ideia popularizada hoje em dia de que “Cristo une — a doutrina divide”. Tal ideia é totalmente errada, pois está bem claro em Atos 2 que a perseverança na “doutrina dos apóstolos” é a base da comunhão de uma igreja local. Sem obediência à doutrina, não pode haver comunhão, pois cada um seguiria seu próprio caminho.
Fábulas
A palavra usada no texto grego, traduzida “fábulas”, é a raiz de nossa palavra “mitos”; indica algo que é apresentado como sendo verdadeiro mas que é apenas ficção, apenas fruto da imaginação. Creio que podemos incluir na palavra “fábulas” aqui tudo aquilo que não é baseado na verdade.
Produzem questões
“Questões” quer dizer, literalmente, “contendas”. É a mesma palavra usada em At 15 para descrever as contendas produzidas pelos irmãos que pregavam a Lei, e não Cristo. A conclusão é clara: quem ensina outra doutrina, sendo atraído por fábulas e genealogias, não vai jamais promover a edificação do povo de Deus.
Desviando da sã doutrina — 1:5-7
Tendo falado sobre o perigo de ensinar outra doutrina, agora o Espírito Santo fala de desviar da verdade. Quem se desvia da verdade começa a perambular pelos caminhos tortuosos do engano e da mentira, “não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam”. Ou seja: a sã doutrina instrui; “outra doutrina” apenas confunde.
A GRAÇA DO SENHOR SUPERABUNDOU COM FÉ E AMOR EM JESUS
I Timóteo 1:14; I Timóteo 1:12-15. Não há pensamento mais maravilhoso e mais rico em conforto do que este de sabermos que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo superabundou, pela fé, em nossas vidas. Deus não apenas a fez abundar (a graça), mas a fez superabundar em nós.

Graça é um "favor não merecido" que Deus nos concede, mas, neste caso, que Deus multiplicou muitas vezes, ao grau mais alto, em nós. Que bênção! Que alegria, que vitórias Deus nos concedeu sem que nós para tanto tivéssemos quaisquer merecimentos.
Paulo estava considerando o seu passado de blasfemo, perseguidor, opressor, mas a quem Deus expressou a Sua misericórdia, fazendo habitar nele a Sua superabundante graça. A sua religião judaica tinha sido insuficiente, mas a sua fé em Jesus levou-o ao perdão e à maravilhosa graça de Deus.

Esta graça também é para ti e para mim e para o mundo perdido e morto em delitos e pecados. Basta que olhemos para Jesus, como Paulo olhou, e logo as riquezas da Sua graça se manifestarão. Pela graça sereis salvos, por meio da fé. Pela graça de Deus ficareis Seus herdeiros e coherdeiros do Senhor Jesus.
A fonte para a salvação é a graça de Deus (II Coríntios 8:9). O caminho, ou meio, é a fé na Obra que Jesus fez na cruz do Calvário, onde pagou a pena que nos estava reservada. Os frutos são o amor, a bondade, a longanimidade, a fé, a temperança e a mansidão, pois o Espírito Santo passa a habitar em nós (Gálatas5:22).
COMBATER O BOM COMBATE
I Timóteo 1:1-2. Ao escrever para encorajar o jovem Timóteo, Paulo assume os dois papéis de apóstolo e de "pai" espiritual. Como apóstolo "pelo mandato de Deus", suas palavras carregam a autoridade da revelação divina, e devem ser obedecidas como sendo de Deus (veja 1 Coríntios 14:37). Como "pai" escrevendo para seu "verdadeiro filho na fé", suas palavras têm um tom de afeição e oferecem conforto.
"Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.”
O apóstolo Paulo está chegando ao final de sua vida. Olha para trás e faz um balanço de tudo o que se passou. Verifica que muita coisa havia sido feita. Muitas almas ganhas para o Senhor, várias igrejas levantadas e a sã doutrina havia sido impartida com as igrejas.
“Combati”. A ideia é de uma luta bem renhida e constante. Combateu pela causa de Cristo e gastou sua vida nisso. Ele havia combatido. Em momento algum vemos o apóstolo reclamando de seu combati na vida. Também não o vemos amarrando demônios em possíveis batalhas espirituais, mas pelo contrário, ele afirma em I Cor. 9:27: "Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado".

A ideia é de uma luta bem renhida e constante. Combateu pela causa de Cristo e gastou sua vida nisso.
O que Paulo quis dizer na frase combati com bom combate?
“Quanto a mim, já fui oferecido em libação, e chegou o tempo de minha partida. Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Desde já me está reservada a coroa da justiça, que me dará o Senhor, justo juiz, naquele dia; e não somente a mim, mas a todos os que tiverem esperado com amor sua aparição” (2 Timóteo 4,6-8).

Para entender essa passagem poderíamos lembrar aquilo que Paulo escreve no início da primeira carta a Timóteo, recordando as suas responsabilidades:
“Esta é a instrução que te confio Timóteo meu filho, segundo as profecias pronunciadas outrora sobre ti: combate, firmado nelas, o bom combate, com fé e boa consciência; pois alguns, rejeitando a boa consciência, naufragaram na fé” (1Timóteo 1,18-19).
Fica claro que o combate de Paulo não é literalmente uma batalha, uma guerra, mas uma imagem que descreve a vida do cristão, o seu comportamento sobretudo em relação ao perseverar na fé. A vida do cristão é feita de escolhas e a liberdade que nos foi dada faz com que cada vez tenhamos que decidir qual estrada tomar; o bom cristão deve seguir fiel ao ensinamento divino. Esse processo é chamado por Paulo de "combate". O êxito final vai defini-lo como "bom" ou "mau"
Sobre o “bom combate.
Combateu o combate correto. Desgastou-se naquilo que valia a pena. Nem todo combate é bom combate. Aplicou suas energias na obra de Deus e esse mesmo Deus havia reservado para ele uma coroa de vitória.
Paulo conclui seu pensamento com a afirmativa: “guardei a fé”. Apesar das lutas e desafios Paulo manteve a fé. Fé conforme disse Judas que uma vez foi entregue aos santos. Fé que expressa sua confiança em Cristo como uma doutrina sadia. Não precisamos sacrificar a Sã Doutrina porque passamos por lutas e provações. Serão a doutrina correta e a graça de Deus nossos sustentáculos durante os combates desta vida. Eles nos garantirão a vitória.

Prof. Pr. Adaylton de Almeida Conceição – (Th.B.Th.M.Th.D.)
Facebook:  Adayl Manancial
BIBLIOGRAFIA
David A. Zuhars Jr. – As Doutrinas da Graça de Deus
Carl Ballard – Combater o bom combate
Luiz da Rosa – Combati o bom combate
David Owuor – Tenha cuidado com falsos mestres

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Pastor Carlos Roberto Silva
Point Rhema

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