O ramo do Estado Islâmico na África Ocidental sequestrou e executou onze cristãos nigerianos como vingança contra a morte de líderes do grupo terrorista.
O grupo terrorista Estado Islâmico divulgou um vídeo de um novo massacre, no qual seus militantes decapitam 10 homens cristãos na Nigéria. As imagens foram publicadas em seu canal de notícias no Telegram na quinta-feira (26), um dia após o Natal.
Vestindo macacões laranja, familiarizados pela execução anterior de cristãos na Líbia, a primeira vítima foi baleada na cabeça pelos terroristas e as outras dez tiveram as gargantas cortadas.
"Esta mensagem é para os cristãos do mundo", disse o vídeo de 56 segundos, publicado em árabe e haúça, segundo o The New York Times.
"Aqueles que vocês vêm à nossa frente são cristãos, e derramaremos o sangue deles são como vingança pelos dois honrados sheiks".
A afirmação faz referência a Abu Bakr al-Baghdadi, o ex-califado do Estado Islâmico morto por tropas americanas em uma operação de outubro na Síria; e Abu al-Hassan al-Muhajir, seu suposto sucessor, morto no dia seguinte.
O massacre foi realizado pelo ramo do grupo terrorista na África Ocidental, denominado como ISWAP (Estado Islâmico da Província da África Ocidental).
O ISWAP se separou do grupo militante Boko Haram em 2016 e se tornou o grupo jihadista dominante da região. Insurgentes islâmicos mataram cerca de 30.000 pessoas no norte da Nigéria na última década.
Um vídeo anterior dizia que as vítimas haviam sido capturadas no estado de Borno, no noroeste da Nigéria. As imagens ainda mostram cativos apelando ajuda ao presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, bem como à Associação Cristã da Nigéria (CAN).
Acredita-se que dezenas de outras pessoas ainda estejam em cativeiro, incluindo Leah Sharibu, uma adolescente sequestrada há quase dois anos por se recusar a negar sua fé em Jesus.
Cristãos como alvo
A população de 200 milhões da Nigéria é dividida igualmente entre muçulmanos e cristãos.
Em nota, a CAN reconheceu que as vítimas muçulmanas foram muitas, mas o assassinato generalizado no norte da Nigéria tem como alvo principal os cristãos, que representam 95% dos detidos atualmente pelos jihadistas.
"O governo tem prestado serviços de boca em boca para garantir sua liberdade", afirmou CAN, mencionando em particular o caso de Sharibu.
As autoridades americanas repudiaram o ataque aos cristãos.
"Estamos chocados com o cruel ataque do Estado Islâmico-África Ocidental contra cristãos na Nigéria", twittou Tibor Nagy, principal autoridade política do Departamento de Estado dos EUA na África. "A história da Nigéria de coexistência pacífica entre cristãos e muçulmanos, e proteções constitucionais à liberdade de religião, não será derrotada".
Johnnie Moore, comissário da Comissão Americana de Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF), destacou uma característica oposta.
"A execução contínua de cristãos por terroristas na Nigéria (um país onde mais cristãos foram mortos por causa de sua fé) é uma vergonha para o mundo inteiro", disse Moore no Twitter. "Ninguém, seja qual for a fé, deve temer por suas vidas. A Nigéria deve fazer mais para impedir isso".
Fonte: Guiame
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Point Rhema