O mês do Ramadã, considerado sagrado pelos muçulmanos, também é um período de pressão e perseguição aos cristãos
Neste ano, a comemoração do Ramadã para os muçulmanos acontece durante o período de 12 de abril a 12 de maio. A data marca o período do ano em que, segundo a tradição islâmica, o profeta Maomé recebeu suas revelações divinas, no sétimo século.
Durante o mês, considerado sagrado para eles, o jejum deve acontecer durante os trinta dias, a fim de reexaminar suas vidas sob o contexto de um ideal maior. Por exemplo, quando uma pessoa experimenta fome, torna-se mais consciente do sofrimento dos pobres. Os muçulmanos também acreditam que, ao passar por um sofrimento real, mas limitado, pode-se preparar para provas mais duras.
O jejum do Ramadã é um dos cinco pilares do islamismo e é obrigatório para todos os seus seguidores. Mesmo muçulmanos nominais, não tão conservadores, observam o Ramadã. O sentimento de comunidade é muito forte durante o período.
Todos os muçulmanos devem se abster de comer, fumar, beber (até mesmo água) e ter relações sexuais, entre outras restrições, durante o dia, isto é, do nascer até o pôr-do-sol. Excluem-se da obrigação crianças menores de 12 anos, mulheres grávidas ou que amamentam, pessoas debilitadas, idosas e enfermas.
O que enfrentam os cristãos durante o Ramadã?
Normalmente, os cristãos que vivem em países onde a fé islâmica é nacional, são obrigados a seguir os rituais dos muçulmanos. O Ramadã costuma ser um período de isolamento dos seguidores de Cristo para que não sejam perseguidos com violência.
Ou os cristãos jejuam como os muçulmanos ou, pelo menos, precisam “manter a aparência”. Esse é um grande desafio para os cristãos novos convertidos, pois são tentados a se livrar dessa pressão da comunidade retornando à antiga fé.
Entre o Ramadã e a fé cristã
Enquanto os muçulmanos jejuam na esperança de que Alá lhes abra as portas do céu e derrame as bênçãos e o perdão sobre todos, muitos cristãos aproveitam o período para jejuar, porém com seus pensamentos em Cristo.
É o caso de Tamer, um cristão que vive na Península Arábica e, segundo a Portas Abertas, jejua durante o Ramadã, mas com outros objetivos. “Cada cristão tem a liberdade em Cristo de jejuar à sua maneira”, disse.
Tamer acreditava que os seguidores de Jesus não deveriam jejuar durante o Ramadã. Logo, julgou tanto os muçulmanos quanto os irmãos em Cristo. "Eu pensava que o jejum real era quando você escolhe fazê-lo por conta própria, não porque todos ao seu redor estão jejuando no Ramadã”, compartilhou.
O cristão percebeu que ele poderia tanto quebrar o jejum em segredo, como manter a prática de abstenção de alimentos e líquidos com sinceridade no coração diante de Deus. “Enquanto andava com Cristo, aprendi o verdadeiro espírito de oração e jejum e agora aproveito este mês para orar e jejuar pelas pessoas ao meu redor”, explicou.
Tamer compartilha essa descoberta com outras pessoas nas redes sociais e acredita que tem sido uma oportunidade de compartilhar Cristo com os familiares. “Temos incentivado os fiéis a permanecer em suas famílias, a orar e a jejuar por eles”, disse.
Ele convida outros cristãos a se juntarem a ele em oração para que o evangelho de Jesus se espalhe por todo o território da Península Arábica.
Evangelizando durante o Ramadã
Outra cristã que aproveita o Ramadã para reforçar sua fé em Cristo é Naida, que vive na Ásia Central. Durante o jejum islâmico, ela compartilha sobre o amor de Jesus com seus familiares, amigos e vizinhos.
A ex-muçulmana conta que parou de comemorar a data assim que se converteu ao cristianismo e, com isso, ganhou a antipatia dos parentes. Mas, ela desejava ter oportunidade de compartilhar sobre Jesus com todos ao redor.
Sua ideia foi começar a orar e pedir a direção de Deus para agir, principalmente durante o Ramadã. Ela leu muitos livros sobre o assunto, conversou com o pastor e entendeu que a cultura poderia ser uma maneira de alcançar outros para Cristo.
Então voltou a celebrar a ocasião cozinhando pratos tradicionais e especiais da data e convidando familiares e vizinhos para encerrar o jejum na casa dela. Ela também passou a visitá-los no Ramadã e mostrou respeito pela crença e tradição deles. Foi assim que Naida conseguiu tocar os corações e compartilhar o evangelho durante os jantares tradicionais.
Fonte: Guiame / Com informações Portas Abertas / Foto: Ilustrativa: Open Doors (13.04.21) via CPAD news
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Pastor Carlos Roberto Silva
Point Rhema