A expulsão de missionários brasileiros da Igreja Universal do território angolano levou o conselho de bispos angolanos fiéis à liderança de Edir Macedo, a destituir o guia espiritual Honorilton Gonçalves. O angolano Alberto Segunda foi eleito por unanimidade novo pastor máximo da instituição no país.
Em comunicado de imprensa lido pelo bispo Manuel Mendes numa entrevista coletiva em Luanda, esta quarta-feira (19.05), os pastores garantem que vão continuar a cumprir com os estatutos da igreja brasileira.
“Assim, a IURD anuncia que o senhor bispo Honorilton Gonçalves cessa com efeitos imediatos as funções que exerceu até a data como Presbítero Geral em Angola, sendo substituído pelo senhor bispo Alberto Segunda, também com efeitos imediatos”, avançam os bispos angolanos em nota.
Com esta indicação, a gestão da instituição religiosa, que teve início em 2019, vai ser litigada entre angolanos que apoiam as ideias de Edir Macedo e os dissidentes excomungados alegadamente por condutas imorais, que, com apoio das autoridades angolanas, assumem agora a direção da igreja.
Em declarações à imprensa, o novo Presbítero Geral da IURD em Angola, Alberto Segunda, garantiu que a alteração não os desvincula da gestão do brasileiro Edir Macedo, líder máximo da Igreja Universal.
“Porém, seremos independentes na tomada de decisões, levaremos a palavra, trabalhando administrativamente de uma forma independente sem nenhuma interferência do Brasil, como é o caso da Católica. Os líderes católicos em Angola são angolanos, mas, têm o papa e têm o Vaticano”, explicou.
Alberto Segunda diz ainda que alteração no topo da igreja também visa salvaguardar os interesses: “Queremos deixar claro que a Igreja Universal do Reino de Deus, reconhecida em Angola em 1992, é que está aqui. Com base nos últimos acontecimentos, para salvaguardar os nossos fiéis que estão sem cultuar, que estão a sofrer devido a este conflito, decidimos tomar uma decisão. E a decisão é esta: já que os nossos colegas brasileiros estão a sair do país, então, a liderança vai ficar nas mãos dos angolanos. Agora, se aquele grupo é legítimo ou não, queremos um pronunciamento da Justiça, porque estamos aqui com base no nosso estatuto”.
Segunda considera ilegal o processo de deportação dos seus colegas brasileiros.
“Foram chamados para prestarem depoimentos e, postos lá, foram surpreendidos com a notícia de que teriam que abandonar o país, sem chances de se despedirem das esposas, sem chances de pegarem as suas roupas”, concluiu.
Fonte: DW via Folha Gospel
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Pastor Carlos Roberto Silva
Point Rhema