segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Laura Souguellis diz por que deixou a indústria gospel: “Trocamos intimidade por aplausos”

A cantora Laura Souguellis se abriu sobre o motivo pelo qual deixou a indústria da música gospel no Brasil e lamentou a influência da “cultura do entretenimento” nas igrejas, em uma reflexão publicada no Instagram na semana passada.

Dia e noite sou consumida por um profundo senso de insatisfação, ou posso até dizer, desespero. Trocamos as coisas essenciais pelas fúteis. Trocamos o temor de Deus por elogios. Trocamos devoção verdadeira pelo sucesso. Trocamos amor e honra por bajulação. Trocamos intimidade por aplausos. Trocamos princípios por vaidades. Trocamos a essência pela glória dos palcos”, disse Laura na terça-feira (19).

O texto foi publicado com uma foto de Laura no palco, ministrando louvor no Instituto Cristo para as Nações (CFNI), em Dallas (EUA), onde é líder de adoração. Ela lembra que todas as vezes que está na plataforma, seu coração é testado diante da multidão. 

O que querem de mim? Um ‘show’ ou um ‘culto’? Entretenimento ou encontro? Fuga ou confronto? Há uma pressão no ar, resistências invisíveis difíceis de permear. Todos os olhos e expectativas deviam estar nEle, mas sinto a distração que ronda os corações. É uma névoa que nos embaça a visão. Tratamos a Sua presença como qualquer outro entretenimento e os nossos irmãos em Cristo como ídolos. Tudo às avessas.

Laura acrescenta: “A cultura do entretenimento diz: seja talentoso, seja cativante, seja impressionante, seja bonito, seja rico — para que todos queiram ser você. Mais sucesso, mais números, mais fotos com photoshop, mais luzes, mais fumaça, mais parafernália no altar — para fazer a máquina girar.

Mas os adereços não impressionam Jesus. A unção não se manipula, a mover de Deus não se fabrica. Até quando tentaremos confeccionar ‘poder’ com métodos humanos? Não existe atalho. Deus unge a pureza de coração. Deus se manifesta na nossa transparência”, completa.

Não é desabafo, sim um clamor

A cantora lembra ainda que muitos preferem uma “bela performance” a ser vulnerável. “Não é à toa que agradar homens significa desagradar a Jesus. Neste século, me pesa o coração ver quantos de nós fazemos escolhas inferiores. Ai de nós. Eu inclusa”, lamenta.

Com a repercussão de seu texto, Laura disse na sexta-feira (22) que suas declarações não são simplesmente um desabafo pessoal, mas sim um “clamor” e uma “intercessão”.

O que queria enfatizar é que o quadro ao que me refiro vai muito além da minha experiência pessoal. Estou falando de algo maior, de um ZELO pela condição GERAL de todos nós. Sinto que existe muito a ser reparado, reformado e resetado na nossa expressão de Igreja”, observa.

Quando normalizamos a mentalidade de entretenimento na Igreja, nós é quem estamos perdendo. Nós é que sofremos dormentes e alienados. Nós é quem estamos sendo extorquidos pelo inimigo, aprisionados no vício pelo conforto. Ao vivermos um meio-Evangelho, nós é quem estamos ficando de fora do design original de Deus para sua Igreja e o seu povo. Por consequência, ficamos rasos espiritualmente, deprimidos, oprimidos. Com males da alma, mente e espírito. Nós é quem reduzimos a participação de Deus nos nossos cultos, igrejas e vidas. E depois lamentamos estarmos vazios e perdidos”, acrescenta  a cantora.

Fonte: Guiame

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Pastor Carlos Roberto Silva
Point Rhema

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