Laura Beth Perry conta que “acreditou em muitas mentiras” que a levaram a viver como um homem transgênero durante 9 anos. E foi como “Jake” que ela teve um encontro com Cristo.
Sua história de destransição faz parte de um tema muito discutido na mídia e na cultura atual. Enquanto ativistas do movimento LGBT buscam aceitação através de uma ideologia impositiva, muitos estão abandonando essa mesma ideologia apontando para as consequências enfrentadas.
O testemunho de Laura serve de inspiração para muitas pessoas que vivem conflitos emocionais e que pensam que a solução pode estar na transição de gênero. “É um processo tão confuso e uma jornada tão dolorosa. Nem consigo descrever o que passei”, ela disse.
Confusão de sentimentos
Para Laura, tudo começou muito cedo, a partir do ciúme que sentia da mãe com seu irmão. O relacionamento entre as duas era complicado. “Comecei a pensar que minha mãe desejava secretamente que eu também fosse um menino”, contou.
Desde então, ela também foi alimentando a ideia de que era diferente das outras garotas da escola. “E cada vez mais eu brincava com os brinquedos do meu irmão”, continuou.
Na vida adulta, Laura diz que foi maltratada por homens e se envolveu em pecados sexuais. Ela descreveu uma “amargura em relação às mulheres” e disse que suas emoções se tornaram complexas.
“No fundo eu sabia que era algo falso”
“Eu finalmente pensei: Não sou feliz porque eu deveria ser um homem. Eu estava mergulhada em pornografia há anos e isso alimentava essa fantasia”, disse ao se referir ao desejo de mudança de gênero.
Ela revela que a dúvida e o desespero a levaram a buscar respostas na internet. “Por volta de 2007, mesmo sem nunca ter ouvido a palavra ‘transgênero’, numa breve pesquisa encontrei outras pessoas que se sentiam como eu e que passaram por uma transição”, explicou.
Depois disso, Laura mudou totalmente seu estilo de vida. “Comecei com hormônios e passei a ter pêlos faciais e minha voz começou a se alterar muito”, relatou.
Ela explica que quanto mais as pessoas davam apoio, mas ela acreditava nessa mudança de identidade. “Eu ansiava por essa mudança de sexo, mas no fundo eu sabia que era algo falso”, reconheceu.
Nem todos fizeram seu jogo
Os pais de Laura se recusaram a chamá-la de Jake, bem como tratá-la pelos pronomes preferidos. Apesar disso, ela disse que eles nunca deixaram de amá-la. “Mas eles não deixaram sua fé para se acomodar à minha nova identidade”, destacou.
“Foi frustrante para mim e, ao mesmo tempo, eles eram um testemunho de Cristo, porque continuaram a dizer que me amavam”, conta.
A profundidade da fé do pai e da mãe de Laura foi essencial para a sua conscientização. Sua própria fé estava sombria e confusa: “Apesar de ter crescido na igreja, eu havia rejeitado completamente Deus”.
“Houve momentos no ensino médio que eu estava orando a Satanás, pedindo a ele para impedir as pessoas de conhecerem Jesus”, confessou.
Procedimentos cirúrgicos
Laura passou por uma mastectomia — procedimento de remoção completa da mama — e isso a fez começar a refletir sobre sua decisão. “Eu percebi que isso não havia me transformado num homem e me senti tão estúpida”, admitiu.
Mesmo assim, começou a pensar que se retirasse todos os seus órgãos femininos seu plano seria melhor sucedido. Então, ela passou por uma histerectomia — procedimento cirúrgico para retirada de útero.
“Até meus ovários foram removidos e isso também não resolveu”, disse ao relatar que pesquisou sobre várias outras cirurgias possíveis e descobriu sobre as complicações terríveis sofridas por outras mulheres.
“Eu nunca serei um homem”
Por mais que Laura lutasse contra isso, ela sempre seria uma mulher. “Foi com horror que percebi que não importava o que eu fizesse, eu nunca seria um homem. Eu até poderia ter uma aparência externa de homem e convencer as pessoas disso, mas eu sabia quem eu era por dentro”, resumiu.
Porém, enquanto ignorava essa verdade, precisou sofrer as consequências. No mesmo período, ela começou a ajudar a mãe num site para estudo bíblico. “Eu não estava interessada na fé, só precisava ganhar algum dinheiro”, disse.
E, durante a produção do site, Laura sentou que Deus a cortejava aos poucos. “Deus começou a se revelar através desse trabalho. “Também comecei a ver a transformação da minha mãe. Ela era estressada, mas de repente ficou cheia de paz”, percebeu.
Um processo difícil, uma jornada dolorosa
Laura começou a se atentar às verdades das Escrituras. “Foi assim que entreguei minha vida ao Senhor. Porém, eu planejava ser um ‘homem de Deus’, mas Deus desfez minhas intenções”, contou.
“Quando o Espírito Santo começou a me dominar, percebi que toda a Bíblia estava me dizendo que eu não poderia ser transgênero. E esse processo não foi fácil. Foi uma jornada confusa e dolorosa. Nem consigo descrever o que passei”, prosseguiu.
Destransição de gênero
“A primeira vez que fui comprar roupas femininas, chorei”, lembrou ao contar que se desfez de todas as roupas e acessórios masculinos. “Achei que me sentiria triste para o resto da vida”, continuou.
A vida de Laura passou por muitas reviravoltas, como ela mesma descreve. “O Senhor me redimiu e restaurou minha vida, permitindo uma felicidade que nunca imaginei”, disse ainda.
“Ao longo dos anos, Deus removeu as camadas de todas as mentiras e de toda a dor. Deixei de lado toda a amargura. Ele me descascou como uma cebola e chegou ao cerne de quem eu realmente era, e todo o resto desapareceu”, testemunhou.
Recentemente, Laura se casou com um homem que a ama. Ela disse que está compartilhando sua história para que outras pessoas que enfrentam situações semelhantes possam ser ajudadas.
Laura Beth Perry e seu marido.
“Deus transformou completamente minha vida. Eu sei como é acreditar em mentiras e achar que não há como mudar isso. Mas Deus fez uma obra redentora em mim que eu não imaginei que seria possível”, concluiu.
Fonte: Guiame
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