Por Julio Severo
Numa conferência apologética calvinista nos Estados Unidos na semana passada, Justin Peters declarou que "o islamismo não é uma ameaça espiritual à igreja." (A declaração dele, gravada em vídeo em inglês, está aqui:https://youtu.be/4bMs1_WW8gE)
Ele também defendeu diálogo ecumênico com líderes islâmicos.
A declaração dele chocou, porque ele é conhecido por atacar televangelistas neopentecostais, tachando o neopentecostalismo como uma ameaça espiritual à igreja.
Ele é totalmente hostil ao diálogo com televangelistas neopentecostais, porque ele acredita na teoria de que o Espírito Santo não concede hoje dons sobrenaturais como profecias, revelações, sonhos, etc. Na lógica dessa teoria, se não é Deus quem dá hoje esses dons, só pode ser o diabo. Então os televangelistas são meros indivíduos possessos.
Se os muçulmanos fossem igualmente possessos, Peters sem dúvida jamais defenderia "diálogo" com eles!
E se a iniciativa de pedir "diálogo" com líderes muçulmanos tivesse partido de um televangelista neopentecostal? Peters teria apoiado e aplaudido?
E se um televangelista neopentecostal tivesse declarado que "o islamismo não é uma ameaça espiritual à igreja"? Qual teria sido a reação dos apologetas calvinistas? Qual teria sido a reação de Peters?
Dias atrás, a televangelista neopentecostal Marilyn Hickey pregou o Evangelho para um milhão de muçulmanos num dos maiores centros do islamismo radical do mundo. Foi um verdadeiro milagre, pois Marilyn é uma avó de 85 anos. Quem poderia imaginar uma idosa sendo tão poderosamente usada por Deus, curando enfermos e expulsando demônios?
Ainda mais sobrenatural é que Marilyn é mulher, pois as culturas islâmicas tratam as mulheres, na melhor das hipóteses, como seres humanos de segunda categoria, pouco melhores que animais de carga e prazer.
Mas muitos apologetas como Peters não veem o sobrenatural de Deus numa avó de 85 anos pregando para um milhão de muçulmanos. Eles veem apenas "heresias" pentecostais.
E se a vovó neopentecostal tivesse declarado que "o islamismo não é uma ameaça espiritual à igreja"?
E se em vez de pregar para um milhão de muçulmanos no poder do Espírito, a vovó neopentecostal tivesse proposto diálogo ecumênico com os líderes muçulmanos? Peters e os apologetas aplaudiriam ou condenariam?
O neopentecostalismo não é, como acredita Peters, uma ameaça espiritual à igreja. Mas certamente o islamismo é tal ameaça.
O islamismo está crescendo assustadoramente na Europa, o berço do calvinismo. As igrejas calvinistas europeias, sem forças para enfrentar essa ameaça, estão definhando e morrendo. Mas as igrejas neopentecostais estão crescendo na Europa. E quando o Espírito Santo move, uma vovó de 85 anos prega para um milhão de muçulmanos!
"As coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus," disse Jesus. O caso dessa vovó é só um deles, mas Peters e seus colegas apologetas calvinistas vão continuar demonizando a vovó e o Espírito Santo que a usa, enquanto suas igrejas calvinistas europeias estão morrendo, e a igreja da vovó se enche de muçulmanos.
Justin Peters é conhecido nos EUA por participar de cruzadas do teólogo calvinista ultra-radical John MacArthur. O objetivo das cruzadas é apresentar o pentecostalismo como um movimento marcado por práticas demoníacas, principalmente com relação aos dons sobrenaturais. Para eles, não há dúvida: o pentecostalismo é do diabo.
No Brasil, Peters ficou conhecido depois de ser palestrante da VINACC, causando um alvoroço ali por tentar defender a teoria cessacionista, que nega que o Espírito Santo dá hoje dons sobrenaturais.
Na visão de Peters, uma vovó de 85 anos não pode pregar para um milhão de muçulmanos, pois tal sobrenaturalidade é diabólica. Mas poderia, se tivesse forças humanas, pregar para esse um milhão de muçulmanos que o Espírito Santo não dá revelações hoje. Isso seria um grande desapontamento espiritual, pois muitos muçulmanos estão se convertendo a Jesus Cristo depois de terem sonhos sobrenaturais com Jesus.
Nem uma vovó neopentecostal nem muçulmanos que se convertem por meio de sonhos sobrenaturais têm lugar na teologia seca de Peters.
Com tal teologia, só lhe resta condenar o neopentecostalismo e defender "diálogo" com muçulmanos.
Fonte: www.juliosevero.com
MEU COMENTÁRIO:
A declaração acima de Justin Peters é um absurdo.
Todo rótulo generalizado traz suas implicações. Entre as igrejas tidas como "neopentecostais", não tenho dúvida que temos muitas bem ensinadas e equilibradas, com costumes diferentes das igrejas tradicionais e pentecostais clássicas, por esse motivo não vejo de bom alvitre qualquer ataque indiscriminado à grupos e ou igrejas, mas sim o contraponto, pontualmente falando, daquilo que é heresia e ou antibíblico.
Hà coisas que são heresias e devem serem combatidas biblicamente, ponto a ponto segundo a necessidade, mas já hà outras questões que são seus costumes, como fruto de igrejas que acabaram de nascer, mas o sucesso de tais igrejas influenciam as demais, e para essas, tais costumes não são benéficos, considerando sua tradição cultural e histórica.
Creio que entre pentecostais e reformados, no meu entender, mais complicado que a questão do Calvinismo & Arminianismo, está a questão do cessacionismo ou não, o que envolve a ação sobrenatural através dos dons do Espírito Santo na presente era.
O embate acima, bem como a generalização do que seria o pentecostalismo clássico ou o neopentecostalismo é que gera o radicalismo acima, algo nefasto para a Igreja do Senhor.
O mesmo remédio que cura, é o que mata, só depende da dose...
Portanto vigiemos...
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Pastor Carlos Roberto Silva
Point Rhema