quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Ao assinar termo de posse, Bolsonaro opta por caneta popular, e gera debate nas redes


Não foi o discurso de posse, nem o primeiro decreto do presidente Jair Bolsonaro estabelecendo o salário mínimo em R$ 998 que causou a maior debate nas redes sociais. Foi a caneta BIC azul levada no bolso pelo presidente e usada para assinar o termo de posse e de seus ministros que ganhou destaque nas redes sociais no primeiro dia de governo.
O clima de campanha reinou, com apoiadores do novo governo enaltecendo a simplicidade do presidente. Motivo não faltou também para contrapor estilos. Em 2003, Lula assinou sua posse com uma Montblanc banhada a ouro, presente do então presidente do Senado Ramez Tebet (PMDB).
"Nada de Caneta Mont Blanc. Essa é diferença de um presidente 'RAIZ' e 'NUTELLA'", escreveu um eleitor. "Presidente Raiz assina Termo de Posse com caneta BIC", twitou outro. Uma eleitora entusiasmada com a posse comemorou: "Começou a valorização das empresas brasileiras! Viva a caneta BIC". A empresa é francesa.
Fiel ao estilo do líder, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, repetiu o gesto e usou uma BIC para assinar sua posse. No twitter, o deputado Eduardo Bolsonaro ajudou a dar impulso à marca: "As medidas de combate à corrupção serão assinadas com caneta BIC".
O próprio Bolsonaro já havia citado a marca mais popular de canetas do mundo ao se referir à possibilidade de demitir ministros envolvidos em irregularidades: "Olha só, havendo qualquer comprovação obviamente ou uma denúncia robusta contra quem quer que seja do meu governo que esteja ao alcance da minha caneta BIC, ela será usada", afirmou.
E nesta quarta-feira comentou a repercussão nas redes: BIC Bolsonaro.
Empresa de origem familiar com sede na França, ainda hoje sob controle da família Bich, a BIC está no Brasil desde 1956. Vende cerca de 1 milhão de canetas do modelo cristal, o mais simples, por dia no Brasil. Com preço em torno de R$ 0,90, é a marca mais popular no segmento no país e líder de vendas também no mundo.
'Não temos nenhuma ação no território político'
Simplicidade e eficiência são as palavras-chave do marketing da empresa, que produz as canetas vendidas no Brasil em sua fábrica em Manaus — que produz também os isqueiros da marca e etiquetas Pimaco. A unidade manauara é a única do mundo que produz os três produtos da marca.
Engana-se, porém, a empresa vai aproveitar a deixa para impulsionar sua publicidade. Rodrigo Iasi, diretor de marketing da BIC, afirmou que a companhia foi pega de surpresa pelo destaque e pelos comentários nas redes sociais, mas não pretende fazer uso da exposição.
Se tem uma palavra que define a BIC é ser um produto democrático. É uma caneta acessível e que não falha. É uma marca democrática para 100% dos brasileiros e não vamos tomar qualquer posição ou partido. Não temos nenhuma ação no território político, nunca fizemos e não vamos fazer — afirmou Iasi.
O executivo da empresa disse que o fato de Bolsonaro gostar e usar o produto surpreende e deixa a empresa lisonjeada, como ocorre quando a caneta é usada, por exemplo, por jogadores de futebol famosos:

Temos raízes fortes no Brasil e a caneta está presente de forma natural e espontânea. Mas é isso e ponto.
Fonte: Extra
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