domingo, 24 de maio de 2020

Médica se nega a assinar óbito sem ver o corpo e é demitida


Profissional denunciou perseguição da prefeitura de Manaquiri, no Amazonas

Uma médica que atuava na cidade de Manaquiri, no Amazonas, foi demitida após se recusar a assinar um atestado de óbito sem ver o corpo. Em seu relato, a médica comunitária Maria Conceição Saraiva da Silva, que trabalhava na cidade pelo programa Mais Médicos, denunciou que sua demissão aconteceu porque ela se negou a seguir ordens da irmã do prefeito Jair Souto, a secretária de saúde Maria Luíza Souto.
Tudo começou quando me pediram para assinar um atestado de óbito sem que eu pudesse ver e atestar a morte, o que é ilegal, e eu me recusei. Desse momento em diante teve início uma série de perseguições e boicotes – escreveu a médica em suas redes.
Maria conta que após esse episódio, se tornou alvo de perseguições, como ser transferida de local de trabalho, ter receitas médicas adulteradas por enfermeiras e até mesmo ter a folha de ponto alterada de forma que ela fosse prejudicada.
Às vezes que tive que ir fazer atendimento nas comunidades ribeirinhas me mandaram em botes sem o mínimo de condições, sem colete salva vidas, correndo perigo, sem toldo e no sol quente – afirmou.
Apesar disso, o que colocou fim em sua atuação em Manaquiri foi uma série de erros burocráticos que culminaram em seu afastamento pelo governo.
Estive nas últimas semanas em quarentena, obedecendo o que determinava um atestado médico que recomendava isolamento, por conta do meu filho que mora comigo ter ficado doente com suspeita de contaminação por Covid-19 e eu ter tido contato direto com ele. Os atestados foram enviados imediatamente tanto para a Secretaria de Saúde quanto para o Mais Médicos – declarou.
Ao retornar ao trabalho, ela soube de sua demissão.
Já encaminhei para o Mais Médicos os comprovantes da entrega dos atestados para a senhora Maria Luíza Souto, secretária de Saúde, tão logo soube que deveria me isolar. […] Além disso, aconteceram muitas outras situações que não valem nem a pena serem relatadas, e todas elas me forçaram a deixar Manaquiri na manhã desta quinta-feira, dia 14 de maio de 2020 – disse a médica.
A médica encerra o texto afirmando que aguarda um posicionamento do Ministério da Saúde sobre em qual cidade irá atuar. Ela também agradece ao povo de Manaquiri.
Por fim, quero dizer ao povo desse município que aprendi a amar sobre a minha gratidão por cada gesto de carinho, cada sorriso, cada olhar que carregarei comigo em meu coração para sempre. Se cuidem – escreveu.
Em nota, a Prefeitura de Manaquiri afirma que a médica não justificou sua ausência e que os médicos do programa Mais Médicos são contratados pelo governo federal e não pelas prefeituras. Já sobre as denúncias, a prefeitura afirmou que registrou um boletim de ocorrência contra a médica e que irá também abrir um processo judicial contra a mesma.
Fonte: Pleno News

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Point Rhema

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