quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Brasil deixará de ter maioria católica ainda este ano, aponta especialista - COMENTO A NOTÍCIA


Os católicos representarão menos de 50% dos brasileiros até o início de julho, estima demógrafo.

Pesquisas indicam que o Brasil está prestes a se tornar uma minoria católica ainda este ano, de acordo com especialistas. 

De acordo com Francis X. Rocca, Luciana Magalhães e Samantha Pearson, três jornalistas do Wall Street Journal, o declínio do catolicismo no Brasil e em toda a América Latina é definitivo.

De acordo com uma pesquisa de janeiro de 2020 do instituto Datafolha, a proporção de católicos no Brasil correspondia a 51%, enquanto o percentual de evangélicos cresceu para 31%. A posição de país majoritariamente católico, no entanto, está prestes a desaparecer.

No Rio de Janeiro, isso já aconteceu. Os católicos representam 46% da população, de acordo com o último censo nacional de 2010, e pouco mais de um terço de algumas favelas pobres.

O Vaticano está perdendo o maior país católico do mundo – é uma perda enorme, irreversível”, disse José Eustáquio Diniz Alves, um importante demógrafo brasileiro e pesquisador titular do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), falando ao WSJ. 

No ritmo atual, ele estima que os católicos representarão menos de 50% de todos os brasileiros até o início de julho.

Os católicos já eram minoria em sete países da região, como Uruguai, República Dominicana e cinco na América Central, de acordo com uma pesquisa feita em 2018 pelo Latinobarómetro, um instituto de pesquisa com sede no Chile. 

A América Latina e o Caribe abrigam 41% dos católicos do mundo, segundo o Vaticano. As estimativas de quantos latino-americanos permanecem católicos variam, mas todos os lados concordam que as porcentagens estão caindo. 

De acordo com uma pesquisa do Pew Research Center, 69% dos latino-americanos eram católicos em 2014, embora 84% tivessem sido criados na Igreja Católica. Enquanto isso, 19% por cento dos latino-americanos se identificaram como protestantes. Destes, 65% se identificaram como pentecostais. 

Os evangélicos são o grupo religioso que mais cresce no Brasil. (Foto: Igreja Batista Atitude)

Entre 1970 e 2020, o número de pentecostais no Brasil cresceu de 6,8 milhões para 46,7 milhões, segundo o World Christian Database. Na Guatemala, eles cresceram mais de dez vezes, de menos de 196.000 para 2,9 milhões.

De acordo com a pesquisa Pew de 2014, a maioria dos ex-católicos na América Latina justificam sua mudança de fé por uma conexão mais pessoal com Deus — algo que foi citado por 81% dos entrevistados. Quase seis em cada 10 disseram que deixaram o catolicismo porque encontraram “uma igreja que ajuda mais os membros”.

É o caso de Tatiana Aparecida de Jesus, uma ex-prostituta e ex-viciada em crack, que no ano passado se juntou a uma pequena igreja pentecostal no centro do Rio, e deixou sua antiga vida para trás.

O pastor me abraçou sem pedir nada”, disse Maria de Jesus, de 41 anos, que foi criada como católica e passou a ser evangélica .“Quando você é pobre, faz muita diferença quando alguém apenas te diz 'bom dia', 'boa tarde' ou aperta sua mão”.

Fonte: Guiame


MEU COMENTÁRIO:

Caros amigos, visitantes deste singelo blog,

A Paz do Senhor!

Em que pese as pesquisas acima darem conta de um crescimento vertiginoso dos cristãos evangélicos até Julho /2022, hà de se registrar que há outras mais conservadoras, como é o caso da publicada pelo blog OLHAR CRISTÃO, elaborada por João Cruzue, com estimativa com base dados oficiais do IBGE, para 2016 e 2020, a partir da qual essa projeção de 50/50 entre católicos e evangélicos será por volta de 2030.

De qualquer maneira, à primeira vista, a notícia acima nos remete à uma sensação de euforia, gratidão e contentamento, afinal de contas, como um cristão evangélico não vibrar de alegria com tal estatística?

Por outro lado, como alguém nascido em lar cristão, com mais de seis décadas de idade, tendo acompanhado esse crescimento desde a tenra idade, como também não se preocupar com a relação quantidade x qualidade? 

Independente dos números apontados pelas pesquisas acima, sinalizados por jornalistas do Wall Street Journal, é notório aos olhos de todos esse crescimento, não somente pelo número de novas Denominações de Igrejas, templos e ou salões alugados para cultos, mas também pelo número de pessoas em todas as classes da sociedade, que se dizem evangélicas, entre elas, no mundo político, artístico, futebolístico, etc...

Sinalizo, portanto, algumas perguntas que não querem calar:

Qual a qualidade do cristianismo evangélico vivido por essa gente?

Será que temos dado o mesmo testemunho de quando éramos em número ainda insignificante na nação?

Temos cumprido nossa missão como "Sal da terra e Luz do mundo"? - Mateus 5:13-16

Qual o compromisso de toda essa gente para com a grande comissão de pregar o evangelho, ensinar e batizar, a partir do mais básico evangelismo pessoal, missões urbanas, nacionais ou estrangeiras, quer seja indo, intercedendo de fato ou mesmo contribuindo? - Mateus 28:16-20

Qual o nosso compromisso em "servir", "pertencer", "ser", "participar" e "sofrer" por a Cristo e Sua Igreja? - Filipenses 1:1-30

Em uma rápida e rasa análise:

Nas décadas de 60, 70 e 80, com números insignificantes com relação aos de hoje, quando ainda éramos chamados de "crentes", "protestantes" ou até mesmo pejorativamente de "quebra-santos", quando praticamente não tínhamos representação na classe política e governante, lotávamos os estádios de futebol, em sua totalidade, para as grandes eventos, como a Conferência Mundial Pentecostal, para as cruzadas evangelísticas com Billy Graham, Morris Cerullo, Bernard Jonhson, entre outros, valendo lembrar que muitos dos nossos pais, iam com suas famílias inteiras, de ônibus, a pé ou até de bicicleta.

Por qual motivo não conseguimos mais tais proezas na atualidade, com muito mais conforto e facilidade?

Isso sem falar em nosso interesse e dedicação quanto ao conceito de "santidade"- (I Pedro1:15-16), e pelos "valores eternais" - (Colossenses 3:2-5), quando nem sonhávamos com o termo "Teologia da prosperidade" - (Lucas 12:27-31), e "oração" não era somente verso de poesia, mas um mandamento de Jesus Cristo, nosso Mestre. (Mateus 26:41).

Nossas lideranças não tinham o mesmo acesso que se tem hoje à mídia nem às classes governamentais, mas eram respeitadas, deixando claro que não sou contra a nossa participação, mas se ela acontece, em quais circunstâncias se baseiam e quais são as nossas verdadeiras motivações?

Não posso deixar de relembrar palavras que ouvi do já saudoso Pr. Antônio Gilberto, Consultor Doutrinário das Assembleias de Deus à época, quando de sua participação como Editor em Português da BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal, lançada pela CPAD, perguntou ao autor pastor Donald C. Stamps, o porque alguns comentários que foram inseridos na edição na língua portuguesa não faziam parte da edição em inglês, ao que respondera o editor:

"Para a igreja americana, não adianta mais se falar muitas questões, mas a Igreja brasileira ainda vive uma aura de inocência, que deverá ser preservada ao máximo possível, pois quando acabar, não haverá mais retorno" (Donald C. Stamps)

Será que acabou essa nossa "aura inocência"?

Que Deus tenha misericórdia de nós!

Bem, encerrando por aqui, quero deixar claro que meu comentário não "atira pedra" em quem quer que seja, mas como integrante dessa geração, me permito refletir e compartilhar neste espaço, lembrando as palavras do apóstolo Paulo quando escreveu:

"Quer comais, quer bebais ou façais qualquer outra coisa, faça-se tudo para a glória de Deus" - I Coríntios 10:31

Com muito temor e tremor,

Vosso conservo em Cristo,

Pr. Carlos Roberto Silva

2 comentários:

  1. A Paz do Senhor,
    Comungo plenamente com as preocupações pastorais de V. Revma., quanto à parte apreciável desse crescimento: a qualidade do cristianismo brasileiro.

    Não há dúvida de que boa parte dos crentes - sobretudo, nossos irmãos pentecostais, porque mais expostos aos olhos do mundo - ficará exultante, por imaginar nisso uma disputa entre evangélicos e católicos, o que não é verdade. Também do outro lado haverá reação, pelo mesmo entendimento.

    Por isso, caro Reverendo, sua reação, de fato, pastoral, foi ao cerne da questão: a qualidade espiritual, o conhecimento bíblico e o "modus vivendi" das igrejas brasileiras.

    Certamente os pastores zelosos pelo evangelho e pelo bom nome da Igreja estamos de pleno acordo com a exposição de V. Revma.

    Que Deus nos mantenha fiéis à sua bendita Palavra, as Escrituras Sagradas.


    Abraço fraterno.

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  2. Caro amigo e pastor Prof. Izaldil Tavares,
    A Paz do Senhor!

    Grato por sua honrosa visita e comentário neste singelo blog.

    Os tempos são trabalhosos, mas aprouve ao Eterno nos chamar para este tempo.

    Glórias ao Senhor!

    ResponderExcluir

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Pastor Carlos Roberto Silva
Point Rhema

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