segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

CGADB: QUEM SERÁ O PRÓXIMO PRESIDENTE?

Pr. Jesiel Padilha

QUEM SERÁ O PRÓXIMO PRESIDENTE DA CGADB?

Uma análise prognostica política ministerial para as eleições de 2017 da CGADB.

                                                                                                                   
Santos 04 de Dezembro de 2015.

Em 2012 fiz uma análise prognostica de quem seria o Presidente da CGADB em 2013. Não que eu seja vidente ou profeta do “eis que te digo”. Apenas, profeta daquele que prega no púlpito a maior profecia que é a Bíblia. Claro que ninguém pode se gabar de que amanha fará alguma coisa, exceto com a vontade de Deus na frente.

A eleição da Mesa Diretora da CGADB não pode ser comparada à eleição da OAB ou de Sindicato ao estilo de chapa, como acontece geralmente.  Os interesses pessoais e as vaidades pessoais de líderes no afã de participar da mesa ou apoiar de alguma forma seja acreditando no que é melhor para Igreja ou no que é melhor para seu interesse não sataniza o processo, já que onde está o ser humano haverá esses interesses.

A Assembleia de Deus tem um estilo coronelista de governo formatado não pelos missionários pioneiros suecos, mas pelos pioneiros nacionais representados por duas figuras emblemáticas bem conhecidas. Cícero Canuto e Paulo  Macalão. O estilo implantado a partir de 1930 por esses pioneiros nacionais, no qual, a Assembleia de Deus cresceu muito mais do que pelo estilo dos missionários pode nos ajudar entender como funciona o apoio.

A formatação desse tipo de liderança concentra grande poder nas mãos dos Presidentes regionais de grandes Igrejas. E os Presidentes de pequenas Igrejas acabam sendo influenciados pelos Presidentes de Igrejas maiores quer pela força da Convenção Estadual ou por vínculos de amizade e admiração. A maioria dos Presidentes regionais se alia pelo apoio da Convenção Estadual porque já detém cargo nela. Além de gestos de gratidão, seja por vínculos de amizade ou por troca de favores os rios correm para o mar.

Na altura do campeonato um candidato se desponta com grande chance de chegar. Este candidato já viajou todo o Brasil. Fechou apoio com a maioria das Convenções Estaduais. O que representa mais de setenta por cento do apoio em nível nacional.

Na política secular quem sai na frente nem sempre é o ganhador, porque leva mais bordoada e se desgasta perdendo fôlego. Mas no caso da CGADB isso não ocorre. A maioria detentora de cargos fechou apoio para continuar nos cargos. Alguns fecharam porque acreditam na liderança do pai do candidato que passa o legado para o filho. Outros fecharam porque já não acreditam no outro candidato quer pelo cansaço ou pela estagnação. A menos que tenha alguma “carta na manga” Samuel Câmara não deu sinal de reação nas articulações convencionais faltando apenas nove meses para protocolar a inscrição como candidato ao pleito de 2017. E visto que já é véspera de Natal. Articulações agora somente a partir de Janeiro de 2016. Muito em cima para uma virada.

O atual Presidente na qualidade de grande articulador já mobilizou o Brasil para essa largada desde o final do ano passado. A contestação de que isso é nepotismo, que não vira, que a Igreja esta virando uma dinastia não se sustenta no atual contexto da Assembleia em pleno século XXI. Esse discurso funcionou no passado nas décadas de 60,70 e 80. A mentalidade mudou muito. Hoje a Igreja se alegra quando sabe que o filho tem condição de levar a cabo os projetos do pai quando esse fica impedido de exercer o ministério quer pela idade ou pela saúde debilitada. A pecha de “menino” (palavra pejorativa na cultura da Assembleia de Deus) recebendo do pai de “mão beijada” não se justifica. Esse menino  tem prerrogativas amparadas no Estatuto do idoso com 62 anos de idade. Tem mais de trinta e cinco anos pastoreando igrejas e grandes Igrejas na região mais populosa do Brasil. Ao longo dos anos não descolou do pai. Sempre esteve ao seu lado esperando o momento. Presidiu o Conselho Administrativo da CPAD por muitos anos. E tem aceitação no Estado de São Paulo.

Por outro lado temos um candidato que em 2007 chegou bem perto da Presidência perdendo com pouca diferença, logrando a vitória que lhe garantiu chegar com muita força em outros embates convencionais. A derrota dele em 2007 foi uma vitória, pois chegou com força na decisão da reforma do Estatuto em 2008 em Porto Alegre, além de se cacifar para a eleição de 2009.

Em 2009 perdeu apenas nas urnas, porém não derrotado ministerialmente. Passou a ser visto por muitos como o próximo Presidente da CGADB, visto que a perpetuação no poder gera um desgaste natural em qualquer instituição.   Entretanto, cometeu um crasso erro em 2011. Deu uma trombada de frente com a Mesa Diretora em Maceió que até alguns de seus correligionários o rechaçaram e abandonaram seu barco. Mesmo logrando êxito na justiça com relação a sua exclusão eivada de erros no rito, segue na indiferença.

Em pleno ano de campanha não demonstra reação em relação aos desdobramentos de apoio ao candidato em pleno movimento. E mesmo que venha a reagir como candidato suas forças serão pífias para mudar o quadro de apoio já costurado em todo Brasil. Sua derrota, segundo muitos analistas, inclusive seus apoiadores, começou em Maceió. Antigamente bater de frente na política secular arrastava voto. Hoje perde voto quem bate de frente. Ganha voto quem se faz de vítima. Segundo a análise de muitas lideranças ele enterrou seu sonho lá em Maceió.

Quando foi excluído também ficou como vítima. Já que esse dispositivo de extirpar quem nos ameaça é ultrapassado e não funciona mais, nem é visto com bons olhos pela maioria. Ocorre que mesmo reintegrado pela justiça não demonstrou mais reação de candidato.

O grande erro das batalhas jurídicas nos tribunais estampadas nas redes sociais e mídia trouxe desgaste para ambos. Mas agora o candidato não é o Pai. É o filho. E hoje isso não é mais visto com maus olhos. Os obreiros hoje veem com bons olhos o pai deixar o legado para o filho. O que no passado era inadmissível.

A cultura da Assembleia mudou, mas o estilo de governo não. Os presidentes regionais detém o poder do voto. Se estiverem alinhavados aos apoios convencionais, sem sombra de dúvida podemos afirmar que o Pastor José Wellington Costa Júnior será o próximo Presidente.

Quanto à terceira via, já dei minha opinião em blogs. Na época o Pastor Geremias do Couto discordou e se indignou com a análise que eu fiz da terceira via. Hoje ele mesmo reconhece que a terceira via é lenda, pelos motivos que analisei em tela, publicado em vários blogs. Afirmo aqui que a terceira via é lenda até pelo modus operandi de apoio que prevalece no sistema ministerial da Assembleia de Deus. Viajar o Brasil afora captando nomes de todas as regiões para montar uma chapa fazendo outros acreditar que tem a mínima chance de chegar além de cansativo e desgastante demanda altos custos, tempo e muito esforço para montar uma terceira via que via de regra morre no ninho.

Pelo quadro atual e diante da estagnação e letargia do candidato Samuel Câmara, não vislumbramos outro nome para assumir a Presidência a não ser o Pastor Jose Wellington Costa Júnior. É uma análise que faço sem o coração. Uma análise fria em relação à preferencia, porém na probabilidade real e aritmética o Duéliton tem muito mais chance de chegar à Presidência da CGADB pelos desdobramentos de articulação de apoio Convencional, cujo peso é essencial para garantir uma vitória no pleito da CGADB.

Quanto à reforma do Estatuto, minha posição é o da maioria dos Presidentes de Convenção que falaram em Campo Grande. Nós não precisamos de chapa, precisamos de perdão e reconciliação. Proibir um convencional sair candidato fora de chapa é retroceder. Nossos patriarcas não aceitavam isso porque entendiam que a chapa traria divisão, dualismo e maniqueísmo para CGADB. A chapa pode até atrapalhar o atual candidato em vantagem. Quando ao voto a distancia é uma boa ideia. Sendo que o voto a distancia não beneficia quem tem o poder da máquina.


Por Pr. Jesiel Padilha
-Jornalista MTB 0078425/SP Analista Ministerial de Eleições Convencionais, Líder da AD Belém em Santos.

13 comentários:

  1. Abordagem sensata. Mas, pretendo ainda dirimir o tema em outra oportunidade.

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  2. Prezado Pr. Carlos Roberto, trouxe à lume um artigo dias atrás sobre este assunto. É o mais acessado e comentado da história do blog permita-me publicar o link.

    Quanto ao seu post, com o artigo do prezado Pr. Jesiel, penso fazer uma réplica. Vamos ver se consigo tempo.

    É muito triste constatar que tudo em nossa igreja, especialmente em seu orgão máximo, gira em torno do poder. Para tristeza de nossos fundadores.

    Daladier Lima
    Pastor

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  3. Algumas coisas interessantes da postagem do amigo e pastor Jesiel Padilha, sobretudo por partir de alguém ligado ao Belenzinho:

    1) Admite o coronelismo como forma de governo nas Assembleias de Deus.

    2) Pressupõe um "mandonismo" em que a grande massa de pastores intermediários obriga-se por uma série de razões a seguir o que "os coronéis" determinam.

    3) Fala da transição pastoral de pais para filhos, como se a igreja, regra geral, aceitasse tal sucessão sem levar em conta vocação, chamada etc., etc., o que não corresponde aos fatos, na maioria dos casos. Se isso ocorre, com as devidas exceções de praxe, é fruto desse coronelismo que o autor expõe de forma explicita, e não porque a igreja simplesmente já esteja aceitando que seja dessa maneira.

    4) Faz uma análise distorcida da terceira via, quando diz que eu teria me indignado com a sua posição, mas depois admitido que a proposta seria uma "lenda". Nunca me indignei e nem cheguei a essa conclusão, a não ser de reconhecer sempre, desde as primeiras tratativas que fiz sobre o tema, as dificuldades que a terceira via teria com a falta de recursos para se viabilizar.

    5) O mais interessante, todavia, é que o pastor Jesiel desconstrói tudo quanto escreveu sobre a eleição em si ao admitir que, caso seja aprovada a votação nos estados, nas respectivas convenções regionais, essa distância não seria boa para o candidato da máquina. É uma boa brecha para depois justificar a derrota, caso ela ocorra, numa hipótese, para ele, quase inimaginável.

    Pars concluir, com esse ensaio, o amigo e pastor Jesiel Padilha expõe, de dentro do sistema, para nossa tristeza, o péssimo viés coronelista cristalizado em nossa administração assembleiana. É de chorar.

    Abraços, amigo e pastor Carlos Roberto.

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    1. Prezado Pr. Geremias, concordo com o sr em gênero, número e grau. O coronelismo existente nase AD's é vergonhoso, não podemos nem falar em Teocracia, mas em "pastorcracia" com o perdão do neologismo.

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    2. Prezado Pr. Geremias, concordo com o sr em gênero, número e grau. O coronelismo existente nas AD é vergonhoso. Não podemos nem falar em Teocracia mas em "PASTORCRACIA" com o perdão do neologismo.

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  4. AMADOS, SOBRE O COMENTARIO CGADB QUEM SERA O PROXIMO PRESIDENTE??, QUERO AQUI DIZER, SOU MEMBRO DA AD. BELENZINHO NO SETOR 111 EM VILA CARRAO SP. ALGUNS DIAS ATRAS POSTEI EM MEU FACE QUE SOU PRE CANDIDATO A VEREADOR PELA CIDADE DE SANTO ANDRE- SP. E TAMBEM MENCIONEI MEU DESEJO PESSOAL SE DEUS PERMITIR-ME SAIR CANDIDATO A DEPUTADO FEDERAL EM 2018 POR SP;PARA MEU ESPANTO QUANDO MENCIONEI MEU DESEJO ( PESSOAL )EM SE CANDIDATAR EM 2018 A DEPUTADO FEDERAL POR SP.ALGUNS COMPANHEIROS DE MINISTERIO SO FALTOU ME ENGOLIR VIA FACE! ISTO PORQUE DEFENDEM O NOBRE PASTOR PAULO FREIRE COMO DEPUTADO FEDERAL!, ISTO PORQUE SAO MEUS COMPANHEIROS DO MINISTERIO DO BELEM!!, IMAGINEM SE NAO FOSSEM!!, O QUE QUERO AQUI SALIENTAR E QUE QUANDO A REPORTAGEM E DE UM......, MUITA GENTE SE MANISFESTA!!!, MAIS QUANDO E DE UM PASTOR JESIEL PADILHA MUITAS GENTES SE ESCONDEM!!,O QUE EU QUERO DIZER SE FOSSE EU QUE POSTASSE OS COMENTARIOS DAS ELEIÇOES DE 2017 DA CGADB COMO ESTA, EU SERIA UM OBREIROS FALIDO! MAIS ALGUNS COMO NAO TEM CHAMADO E NAO QUEREM PERDEREM A BOQUINHA PREFEREM SE MANISFESTAR COM QUEM NAO PODE LHES TIRAR AS ESCORAS!!, NAO SOU ANONIMO SOU MEMBRO DA IGREJA DE CRISTO DESDE DE 1958 E PASTOR DA AD.MIN.BELEM- SP.( OBS.NAO ESTOU DIZENDO QUEM E A FAVOR OU CONTRA A CANDIDATURA DO PR. JOSE WELLINGTON JR. A CGADB!.) ESTOU ME REFERINDO SOBRE OS COMENTARIOS DO NOBRE PASTOR JESIEL PADILHA SOBRE CGADB 2017 ELEIÇOES.

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  5. Assembléia de Deus..brigas por poder. e cargos, estatus..bem longe da igreja de atos

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  6. Muito boa análise. Embora não seja admirador do modo de governança atual, consequentemente de JW, devo admitir que esse quadro tem poucas chances de mudar.
    Espero que em breve tenhamos uma busca pelo crescimento com base na qualidade e não como vanguarda de um Brasil evangélico que suspira por lideranças eclesiásticas. Talvez nosso maior erro seja fazer nossa igreja ser um espelho da estrutura política externa, com conchaves e conluios.

    Que Deus abençoe as Assembleias de Deus em todo Brasil!

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  7. Prezado Pr Carlos Roberto,

    Consegui fazer a réplica, permita-me publicar o link Réplica ao Pastor Jesiel Padilha.

    Abração!

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  8. Caro Pr. Carlos Roberto,

    O autor da postagem admitiu algumas coisas dentro do ministério da AD, que apesar da sinceridade na admissão das mesmas, devo dizer que podem fazer sentido no reino terreno, mas em termos de Reino de Deus, elas deveriam entrar no que Jesus disse: "entre vós não seja assim".

    Abraço.

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  9. EM REFERENCIA AO COMENTÁRIO DO PASTOR ISAÍAS DA CONCEIÇÃO,O REFERIDO PASTOR ESQUECEU DE UM DETALHE, E QUE AINDA ESSE ANO 2015 JÁ LANÇARAM A OUTRA FILHA DO PRESIDENTE DA CGADB COMO CANDIDADA A VEREADORA POR SÃO PAULO.

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  10. Hoje tudo e pelo dinheiro ninguem ta preocupado com as almas, mas em posiçao e apareçer se nao se converter vao ficar tudo nesse terra

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  11. que Deus cuide das Assembleias de Deus pois muitos estao so visando cargos e pisiçoes esqueçerao das almas que estao perecendo

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Pastor Carlos Roberto Silva
Point Rhema

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