INTRODUÇÃO
Jesus Cristo mandou pregar o evangelho a toda a criatura, em
todo o mundo. Nenhum lugar pode ficar excluído e nenhuma pessoa deve ser
considerada não evangelizável.
No Brasil, como em muitos países, 80% das
pessoas vivem nas cidades, ao contrário do que havia há poucas décadas, quando
a maior parte vivia nas áreas rurais.
Este é um grande desafio para as igrejas
cristãs. As cidades têm grandes e graves problemas, próprios do crescimento
urbano desordenado a que são submetidas, tais como concentração excessiva de
pessoas, desigualdades sociais, problemas de habitação, favelas, falta de
saneamento, de saúde, etc.
No que tange à evangelização, as cidades oferecem
facilidades e dificuldades, como veremos adiante. As igrejas precisam ter
estratégias de trabalho para alcançar as cidades. Há diferenças, entre evangelizar
numa Metrópole e num lugar interiorano. Neste estudo, apenas damos uma pequena
contribuição à reflexão sobre o assunto.
A igreja e a evangelização
Um dos fatores determinantes no processo de crescimento de
uma igreja é o tipo de evangelização por ela realizado. Evangelização é o ato,
é a ação de comunicar o evangelho.
A GRANDE COMISSÃO
"Mas recebereis
poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto
em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria e até aos con-fins da
terra." - Atos 1:8
Este texto é uma variação ou extensão da Grande Comissão (Mateus
28:19-20). O Espírito Santo
seria dado à Igreja para revestir os crentes de poder a fim de capacitá-los
para o testemunho "tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria e
até aos confins da terra".
Evangelismo Urbano
De todas as escolas, a melhor e infalível é a do mestre
Jesus Cristo. O segredo do evangelismo urbano, assim como em outro contexto não
se limita apenas a estratégias, mas a disposição dos “evangelistas”, do
departamento evangelístico, da igreja e do pastor.
“E percorria Jesus
todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o
evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. E,
vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e
desgarradas, como ovelhas que não têm pastor. Então, disse aos seus discípulos:
A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da
seara, que mande ceifeiros para a sua seara. Mateus”. 9:35-38.
Muitos pensam que seria grande privilégio visitar os
cenários da vida de Cristo na Terra, andar pelos lugares por Ele trilhados,
contemplar o lago à margem do qual gostava de ensinar, as montanhas e vales em
que Seus olhos tantas vezes pousaram. Mas não necessitamos ir a Nazaré, a
Cafarnaum ou a Betânia para andar nos passos de Jesus. Encontraremos Suas
pegadas junto ao leito dos doentes, nas choças da pobreza, nos apinhados becos
das grandes cidades, e em qualquer lugar onde há corações humanos necessitados
de consolação. Fazendo como Jesus fazia quando na Terra, andaremos em Seus
passos.
Evangelismo é uma tarefa coletiva, inclui até os que não vão
as ruas. Refiro-me aos que apoiam em oração, recepção, o apoio e incentivo aos
participantes. Explica-se, algumas frases missionárias, criadas por quem teve
as suas vidas dedicadas e envolvidas com evangelismo o tempo todo.
A evangelização na
cidade
A cidade, com suas estruturas sociais, econômicas e
políticas, é o palco onde a evangelização urbana acontece, sendo esta urdida e
executada pelos múltiplos ministérios organizados nas denominações presentes em
cada metrópole. Assim, a mensagem de CRISTO é levada aos homens desafiando-os,
no presente, a uma tomada de decisão quanto ao seu destino eterno. Nesse
contexto a cidade tornou-se uma atual e desafiadora fronteira missionária
urbana demandando para sua conquista espiritual e consequente colheita de vidas
uma emergente e plena compreensão, pela igreja, de suas realidades sociais e
espirituais.
JESUS E AS CIDADES
No seu ministério terreno, Jesus desenvolveu a evangelização
tanto na área rural como nas cidades. Andava de cidade em cidade (Lc 8.l); Chegou á cidade, viu-a e chorou sobre ela (Lc
19.41); mandou pregar em qualquer cidade ou povoado Mat. 10.11). Seguindo o
exemplo de Jesus, a igreja atual precisa enfrentar o desafio da evangelização
ou das missões urbanas.
O DESAFIO DAS MISSÕES
URBANAS
As cidades, com sua complexidade social, cultural,
econômica, emocional e espiritual, constituem-se campo propício para atuação da
igreja ou do inferno; dos cristãos ou dos feiticeiros; dos homens de bem ou dos
assassinos. A cidade em que vivemos é campo de batalha entre Deus e o diabo; a
cidade pertencerá aos céus ou ao inferno; depende de quem agir com mais
eficiência e eficácia, com as forças dos céus ou do inimigo.
ESTRATÉGIAS PARA AS
MISSÕES URBANAS
ORAÇÃO E JEJUM PELA CIDADE. O homem pecador se opõe a Deus
(1 Co 2.14; Rm 8.7; Ef 2.1). O diabo força o homem a não buscar a Deus (Ef 2.2;
2 Co 4.4). Qualquer plano de evangelização por melhor que seja, com recursos,
métodos, estratégias, fracassará, se NÃO tiver o PODER DE DEUS. Este só vem
pela busca, pela Oração. Deus age. Fp 1.29; Ef 2.8; Jo 6.44. Os demônios
infestam as cidades. Só são expulsos pelo poder da oração (Sl 122; Jr 29.7; Lc
19.41). A oração é a base.
PREPARO DAS PESSOAS PARA A EVANGELIZAÇÃO DAS CIDADES
Esse
preparo refere-se ao estudo da Palavra de Deus. É o preparo na Palavra (2 Tm
2.15). As seitas preparam bem seus adeptos. As igrejas precisam gastar tempo e
recursos no preparo dos que evangelizam.
PLANEJAMENTO DA EVANGELIZAÇÃO
O sucesso da evangelização
depende do Espírito Santo. Só Ele convence o pecador (Jo 16.8). Entretanto, no
que depende de nós, precisamos fazer o que está ao nosso alcance, a nossa
parte.
a) Definir áreas a serem evangelizadas.
(Bairro, quarteirão, ruas)
b) Definir os grupos de evangelização
c) Distribuir as áreas com os grupos
(Rua tal com grupo tal; ou quarteirão tal com tal grupo, etc.
d) Estabelecer metas ou alvos (nº de
decisões, pessoas batizadas, etc.).
e) Preparar os meios necessários:
literatura, equipamentos, recursos financeiros, etc.
f) Mobilizar todos os setores da igreja
para a execução do que for planejado: jovens, adolescentes, adultos, com a
LIDERANÇA À FRENTE.
MEIOS PARA A EVANGELIZAÇÃO URBANA
1) Programas de rádio e de televisão;
2) Adesivos para veículos;
3) Revistas, e jornais para
autoridades, consultórios médicos;
4) Apresentações de corais, bandas e
conjuntos em público, em praças, em escolas, em bancos, em repartições;
5) Distribuição de Bíblias a
autoridades;
6) Literatura (folhetos) bem
selecionados;
7) Exposição de Bíblias e de literatura
evangélica;
8) Artigos em jornais da cidade;
9) Telefone;
10) Cartas e cartões-postais; e muitos
outros...
MÉTODOS DE EVANGELISMO PARA AS MISSÕES URBANAS
EVANGELISMO
PESSOAL. E o mais tradicional e muito eficiente, principalmente nos bairros
mais pobres. Inclui pessoa a pessoa; casa-em-casa; evangelização em aeroportos,
em bares e restaurantes; em estações rodoviárias e ferroviárias; na entrada de
estádios; em feiras-livres; em filas (INSS, bancos, ônibus, etc.); em
hospitais, penitenciárias, em escolas (intervalos de aula);
EVANGELISMO
EM GRUPO. Inclui evangelização de grupos de pessoas: grupos de alunos, de
professores, de menores abandonados, de homossexuais, de prostitutas, e também
os já conhecidos GRUPOS FAMILIARES, ou células de evangelização; reuniões
especiais em restaurantes, chás, classes na Escola Dominical (foi criada para
isso); evangelização com fitas cassete e de vídeo (reúne-se um grupo);
EVANGELISMO
EM MASSA. Inclui cultos ao ar-livre, série de palestras ou conferências nas
igrejas; cruzadas evangelísticas, campanhas. Só tem valor se houver uma
preocupação séria com o DISCIPULADO. E melhor preparar, primeiro, as pessoas
para fazer o discipulado antes de fazer a evangelização.
EVANGELIZAÇÃO URBANA NOS MOLDES DE
JESUS
O cenário urbano registrado pelo evangelista João no
capítulo 4, é um protótipo ou um modelo de evangelização urbana que funciona.
Jesus havia deixado a Judéia, ao Sul, e seguido para a Galiléia, ao Norte,
quando sentiu que era necessário passar por Samaria, cidade que ficava entre as
duas regiões, v. 4. Ao meio-dia, junto ao poço de Jacó, na cidade de Sicar,
travou um longo diálogo com uma mulher samaritana que viera buscar água. E como
resultado de sua estada nesse lugar, muitas pessoas foram ter com ele, para ouvir
a palavra de Deus, v. 30.
O evangelismo pessoal
aplicado por Jesus foi dinâmico e transformador. A pecadora de Samaria ficou
convencida de seus pecados e tornou-se uma testemunha de Jesus. Dentre os
diversos aspectos bíblico-dogmáticos vistos neste texto na atitude
evangelizadora nos moldes de Jesus, destacaremos alguns deles.
Práxis da necessidade, v. 4
O texto diz que “era-lhe
necessário passar por Samaria”. Está evidente que ele foi movido por uma
intuição própria. Quer dizer: ninguém lhe disse nada, mas a página da história
de uma mulher seria escrita a partir do momento em que ele pressentiu que era
necessário fazer essa trajetória, ainda que a rota normal dos judeus fosse dar
a volta, seguindo o vale do Rio Jordão para o Norte, até a Galiléia.
Podemos chamar este fato de práxis da necessidade ou da
compaixão. Mas o que é práxis? Seria a
“ação criativa e transformadora do povo de Deus na história, acompanhada de um
processo profético e da reflexão crítica que objetiva tornar a obediência
cristã ainda mais efetiva”. Em outras palavras, é ação da igreja em atenção à
necessidade alheia – especialmente do pecador.
A Bíblia ensina que Jesus andou na práxis da compaixão e do
amor. Ele sentia a necessidade do povo. A história de muita gente foi escrita
por suas atitudes criativas e práticas. Certa ocasião ele olhou para uma
multidão e sentiu grande compaixão por ela: “E Jesus, saindo, viu uma grande
multidão e, possuído de íntima compaixão para com ela, curou os seus enfermos”,
Mt 14: 14. Se a igreja quer que sua evangelização urbana seja autêntica e
transformadora, Jesus dá a receita: “Tenho compaixão desta gente”, Mt 15: 32.
Sim, não há como evangelizar sem sentir que é necessário passar pelas samarias
atuais. Este pré-requisito leva a igreja a perceber que a história de milhares
de pessoas que vivem sem Jesus precisa ser mudada.
MISSÕES URBANAS NA
IGREJA APOSTÓLICA
A Igreja Apostólica foi obediente à ordem dada pelo Senhor
Jesus. Iniciou os seus trabalhos justamente fazendo "missões
urbanas", ou seja, evangelizando a cidade de Jerusalém. Houve grande e
estrondoso crescimento. Os relatos estão especialmente nos capítulos 01 a 07 do
Livro de Atos dos Apóstolos. Veja, por exemplo, os seguintes textos: -
"Então, voltaram para Jerusalém..."; "Quando
alí entraram, subiram para o cenáculo..."; "Todos estes perseveravam
unânimes em oração..." - Atos 1:1-3.
"Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos
reunidos no mesmo lugar..."; "afluiu a multidão, que se possuiu de
perplexidade..."; "Então, se levantou Pedro, com os onze; e, erguendo
a voz, advertiu-os nestes termos: Varões judeus e todos os habitantes de
Jerusalém..."; "Com muitas outras palavras deu testemunho e
exortava-os, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. Então, os que lhe
aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase
três mil pessoas." - Atos 2:1, 6,14, 40,41.
"Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam
pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de
coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto
isso lhes acrescentava o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos." -
Atos 2:46-47.
A Igreja
Apostólica era a célula mater. Ela representava toda as Igrejas que viriam a
ser plantadas. Desta forma, o comissionamento feito pelo Senhor Jesus em Mateus
28:19-20 e Atos 1:8 é também para nós.
A igreja
recebeu um mandato divino e deve cumpri-lo para não ser achada em falta.
Evangelizar não é uma alternativa ou opção para a igreja. É uma ordem dada pelo
Senhor da Igreja.
CONCLUSÃO
A igreja precisa sentir o desejo de orar pelos
ainda não convertidos. Interceder significa literalmente
"interpor-se", "colocar-se entre". O maior exemplo de
intercessão é o de Jesus: "pelos transgressores intercedeu" (Is
53:12).
Pr. Dr. Adaylton Conceição de
Almeida (Th.B.;Th.M.;Th.D.)
Assembleia de Deus Ministério do Belém em Santos - São Paulo.
Email: adayl.alm@hotmail.com
Facebook: adayl manancial
O Pr. Dr. Adaylton de Almeida Conceição, foi
Missionário no Amazonas e por mais de 20 anos exerceu seu ministério na
Republica Argentina; é Licenciado, Bacharel, Mestre e Doutor em Teologia,
Professor do Seminário Kerigma em Santos-SP e Diretor da Faculdade Teológica
Manancial
BIBLIOGRAFIA
- Juan Carlos Miranda - Manual de Crescimento da Igreja
- Elinaldo Renovato de Lima - Missões Urbanas - O preparo
- Émerson Garcia Dutra - Evangelização urbana nos moldes de Jesus
- Raimundo M. Montenegro Neto - Missão e evangelização urbana.
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Pastor Carlos Roberto Silva
Point Rhema